CAIXA CULTURAL SP FAZ UM
RESGATE DA OBRA DE FARNESE DE ANDRADE.
Mostra apresenta um conjunto
de assemblages e objetos do artista mineiro, um dos ícones da arte brasileira.
A CAIXA Cultural São Paulo inaugura sábado, dia 16/05
às 11h, a exposição “Farnese de
Andrade – Arqueologia Existencial”. Com curadoria de Marcus de Lontra Costa,
a mostra apresenta um conjunto de obras pertencentes a coleções particulares e
dos herdeiros do artista, mapeando sua produção ao longo dos anos 1970, 1980 e
1990. A exposição apresenta a linguagem única e singular do artista, de
forma a mostrar sua personalidade e trajetória fundida com as fases de sua
obra. Com entrada franca e patrocínio da Caixa Econômica Federal, a mostra
fica em cartaz até o dia 12 de julho de 2015, de terça-feira a domingo,
das 9h às 19h.
Farnese de Andrade foi um artista múltiplo, cuja
produção, vida e arte se enlaçam de maneira inseparável dando origem a uma obra
densa, de caráter fortemente autoral. Começou
sua carreira como desenhista e gravador e, a partir de 1964, cria objetos ou
assemblages com cabeças e corpos de bonecas, santos de gesso e plásticos, todos
corroídos pelo mar, coletados nas praias e nos aterros. Passa a comprar
materiais como redomas de vidro, armários, oratórios, nichos, caixas e imagens
religiosas em lojas de objetos usados, de antiguidades e depósitos de
demolição. Utiliza com freqüência velhos retratos de família e postais, e
começa a realizar trabalhos com resina de poliéster, sendo considerado um
pioneiro da técnica no Brasil.
Apontado como dono de uma personalidade difícil e
de um trabalho marcadamente auto-biográfico, Farnese revelou nas obras sua
densa trajetória pelas memórias de infância, do pai, da mãe, dos irmãos, da sagrada
família mineira e de sua fase oceânica, além de um certo aspecto libertário e
transgressor, a partir de sua mudança para o Rio de Janeiro.
Enclausurado na própria solidão, expressou principalmente
o embate dos seus medos, dores, tristezas, rancores, complexos, perdas, depressões,
recalques, pânicos, relações, fetiches, libidos, euforias e alguma alegria. A
poética de Farnese de Andrade, pautada no inconsciente, contrasta com as de
outras tendências do período, como as da arte construtiva e concreta. Construiu
assim, uma obra na qual o lirismo oscila do concreto ao abstrato e o bruto
consegue ser gentil.
Praticamente esquecido nas ultimas décadas, Farnese
foi regularmente premiado de 1962 a 1970, como no Salão Nacional de Arte
Moderna de 1970 - Prêmio de viagem ao exterior, e mais recentemente em 1993 -
Prêmio Roquette Pinto de Os Melhores de 1992, pela exposição “Objetos”.
Farnese é um dos mais valorizados artistas
brasileiros e tem obras nas maiores coleções particulares e museus do Brasil e
do mundo, como: Coleção de Arte Latino-Americana da Universidade de Essex -
Inglaterra, Instituto de Arte Contemporânea de Londres, MAC Niterói - RJ, Museu
de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), MAM RJ, Museu Nacional de Belas Artes,
MAM SP, etc. Com uma produção ininterrupta participou de diversas Bienais
internacionais e nacionais e suas obras hoje são disputadas entre grandes
colecionadores, figurando na rara constelação dos artistas plásticos mais
valorizados da arte brasileira.
Farnese de Andrade contribuiu de forma decisiva
para a história da arte brasileira e agrega valores internacionais na
construção das questões vanguardistas do século XX. Considerado um dos mais
expressivos artistas de sua geração, a exposição propõe o resgate de sua
memória através de uma mostra abrangente, de qualidade relevante e propriedades
curatorias únicas.
A produção da mostra está a cargo de
Anderson Eleotério e Izabel Ferreira – ADUPLA Produção Cultural, que vem
realizando importantes exposições itinerantes pelo Brasil, como: Athos Bulcão, Milton
Dacosta, Raymundo Colares, Bandeira de Mello, Carlos Scliar, Debret, Aluísio
Carvão, Mário Gruber, Manoel Santiago, Antonio Bandeira, Henri Matisse, etc. A
concepção do projeto é de Anderson Eleotério, também design de montagem da
mostra, que utiliza recursos de cor, som e iluminação para acentuar as
características dos trabalhos a fim de proporcionar ao público um clima lúdico
e intenso.
SOBRE O
ARTISTA:
Farnese de Andrade (1926-1996):
Nascido em Araguary - MG, Farnese entrou em 1945 na
Escola do Parque de Belo Horizonte, onde foi aluno de Guignard e contemporâneo
de artistas como Amilcar de Castro, Mary Vieira e Mário Siléso. Mudando-se para
o Rio de Janeiro em 1948 onde trabalhou como ilustrador para o suplemento
literário dos jornais Diário de Notícias, Correio da Manhã e Jornal de Letras,
e para as revistas Rio Magazine, Sombra, O Cruzeiro, Revista Branca e Manchete,
entre 1950 e 1960. Em 1950 realiza a primeira exposição individual de seus
desenhos. Em 1959 começou a freqüentar o ateliê de gravura do MAM RJ, onde
estudou gravura em metal com Johnny Friedlaender e Rossini Perez. Produziu
gravuras abstratas, trabalhando com formas regulares e cores fortes. Nas
matrizes utiliza materiais encontrados nas praias, como pedaços de madeira cheios
de sulcos. Em 1965, realiza a série de desenhos Eróticos e inicia os
Obsessivos. Bolsista do governo brasileiro, viajou em 1970 para Barcelona. Sua
volta em 1975 rendeu frutos e a fama de Farnese fortaleceu a paisagem artística
brasileira. Mas não é por seu trabalho na gravura, sempre abstrato, nem como
desenhista, seja abstrato ou figurativo, que ele é, hoje, conhecido e
reconhecido, mas pela criação dos objetos chamados BoxForms, cuja matriz
explodida e iconoclasta é o Barroco da sua infância. Oratórios, pedaços de
madeira de igreja, ex-votos, etc. constituíram, até a sua morte, um mundo
estranho, às vezes mórbido e com fortes referências eróticas. Resultado de uma
infância secreta, a obra sempre onírica e poética dá força e senso a um
trabalho sem igual.
Serviço:
Exposição “Farnese de Andrade - Arqueologia
Existencial”
Local: CAIXA Cultural São Paulo – Galeria D.
Pedro II e Florisbela
Endereço: Praça da Sé, 111 – Centro, São
Paulo - SP
Abertura e visita guiada com o curador: dia 16 de maio
de 2015 (sábado), às 11h
Visitação: de 16 de maio de 2015 a 12
de julho de 2015, de terça-feira a domingo, das 9h às 19h
Informações: (11)
3321-4400
Classificação indicativa: Livre
Entrada Franca
Acesso para pessoas com necessidades especiais
Patrocínio: CAIXA
ECONÔMICA FEDERAL
Assessoria
de Imprensa da CAIXA Cultural São Paulo:
Pedro Chang
(11) 3549-6000
www.caixa.gov.br/imprensa | @imprensaCAIXA
www.facebook.com/CaixaCulturalSaoPaulo
Assessoria de Imprensa do Projeto Farnese de Andrade:
Adriana Monteiro | Ofício das Letras
(11) 3021-9297 | (11) 3021-9216 | (11) 3022-2783
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