sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Rimanessência - Indigesto


 

Rimanessência - Indigesto


Produzido por Café Crime
Motion Grafics: Dege Ribeiro
Arte: Marinho

O Rimanessencia é um grande encontro de letristas num formato "spoken word", com o objetivo de destacar o valor poético e literario de uma safra de compositores e poetas oriundos do hip-hop e outros movimentos urbanos.
Uma Realização Cafe Crime!!

De Leve Estalactite NOVA! 2014

 

 

De Leve Estalactite NOVA! 2014 

 


ESTALACTITE, ESTALACTITE, ESTALACTITE....

SENTIU O BEAT ?
VEM DE SÃO GONÇALO,
VEM DE NIKITI
ATRAVESSANDO A PONTE A NADO CHEIO DE APETITE
FAZENDO 10 SHOWS SEGUIDOS MESMO COM BRONQUITE
“TIO-TIO DELEVE!! É DINAMITE
ENQTO A IMAGINAÇÃO NÃO ME DER LIMITE
EU ESPALHO CRIATIVIDADE
QUE NEM CONJUNTIVITE
ATÉ RECEBER O CONVITE:(qual?)
AUTISMO: FIQUEI DE PONTA CABEÇA IGUAL ESTALACTITE
MEU FILHO NUNCA DISSE 'PAPAI'
A ALEGRIA CAI, VAI, EMBORA E SE DEMITE
É HARDCORE, FROUXO CORRE
LARGA O MULEK COM A MÃE
SAI E TOMA 1 PORRE
EU TINHA PAPEL NA GAVETA
TINTA NA CANETA
E A MENTE MAIS LONGE
QUE 1 COMETA
MALHANDO O CÉREBRO
NAO USO BAIONETA
FUI MALHAR NA ACADEMIA...
(de que?) DE LETRAS

A VIDA DE PONTA CABEÇA
QUE NEM MORCEGO
A VIDA DE PONTA CABEÇA
E ASAS PRA VOAR

ANOS LONGE DA CANETA
NÃO ME AFASTARAM O INSTINTO,
A BERMUDA E A CAMISETA
LONGE DELA SOU ANÔNIMO QUE NEM 'VENDETTA'
PROIBEM O JOGO
+ A VIDA AINDA É UMA ROLETA
EM TODO PLANETA
A MINHA DEU UMA PIRUETA
EU TINHA PLANOS NA MINHA PRANCHETA
VOU TER DE REESCREVE-LOS
COM OUTRA PALETA
AUTISMO É COMPLICADO,
O MUNDO EU TIRO DE LETRA
ARTISTA É O CARALHO
COM POVO ME EMBARALHO
DESDE 18 TRABALHO
NA RIMA, SEM PATROCÍNIO
MSM PARADO NÃO ENFERRUJO, MARESIA, É ALUMÍNIO
IMPOSSÍVEL É VIVER NO SALARIO MÍNImO
TENDO QUE PAGAR, ALUGUEL E CONDOMÍNIO
SEM SER PROFETA = PLÍNIO
A VIDA NÃO É MOLE
OU ACEITA JESUS OU DÁ UNS GOLE
CÊ ESCOLHE

refrao

EU VIM DE LEVE
100 GREVE = FACULDADE
SEM MEIA-ENTRADA NESSA PASSAGEM BREVE
TÔ FRITO CASO NÃO RELEVE
MINHA VIDA NÃO É
PROPAGANDA DA ELSÉVE
MAS HÁ SEMPRE 1 JEITO
A REALIDADE NÃO É COMERCIAL, COM EFEITO
ESPECIAL, e NA REAL
até fora do SUBÚRBIO
TRATAM MAL SE
“EU TENHO DISVÚRBIO”


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Música do De leve. ©2014
Gravado, mixado em Tomba Records, Niteroi, Br.

Extalactite:
Autores: De Leve e Gilber-T
Produzido por De leve, Gilber-T e Bruno Marcus
Guitarra, baixo e vocais: Gilber-T
Bateria, samples, programação: De Leve
Mixagem e FX: Bruno Marcus
Masterização: Pedro Garcia

[#RapRJ] 1: Gil Metralha - Cobra Cega



[#RapRJ] 1: Gil Metralha - Cobra Cega

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Haikaiss - O Que Sobrou part. Iky Castilho & Ramiro Mart (Clipe Oficial)



Direção e Produção: Iky Castilho
Produção de Arte: Odaraya Mello
Camera: Abebe Bikila
Edição: Diego Bonifacio

Elenco
criança: Kalleb Garcia
suicida: Leticia Cubas
morte: Sara Panamby
Bateria: Dainel Tot
Bandido: Brill Ttk

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

HISTÓRIA DE EXÚ




Sexualidade e Feminilidade no Ocidente: O Erotismo e seu tabu na religião e na História da Arte. - parte 2

Bem demorou mas cumpro aqui a segunda parte do Sexualidade e Feminilidade no Ocidente: O Erotismo e seu tabu na religião e na História da Arte.  Se você não  leu a primeira parte é só clicar no título aqui demarcado.



Sagrado e profano: A opressão sexual feminina finalmente explode nos traços de Bernini.

               Se ainda a mulher como artista e como ator social estava relegada ao obscurantismo de nossa história. Ao menos sua sensibilidade estaria presente em muitas obras de arte. Não somente como sexualidade a ser liberada, mas também como agente dessa liberdade. Na iconografia clássica vemos a mulher, representada como divindade trazendo o gesto do movimento diante de imagens estáticas. Podemos encontrar uma melhor definição no artigo de Felipe Charpel Teixeira: Aby Warburg e a pós-vida das Pathosformeln antigas, na qual ele diz a respeito do Historiador discutido em seu texto:

               “A hipótese defendida pelo autor era de que tais figuras femininas, recorrentes em diversas pinturas florentinas dos século XV e XVI, remetiam a uma tópica constantemente aludida na literatura antiga, especificamente em autores como Ovídio, Apuleio, Virgílio e Lucrécio: a Ninfa, ‘tipo generalizado da mulher em movimento’, segundo definião de Warburg (1990ª,p.120), sempre uma moça muito jovem, representada  com movimentos graciosos, nas vestes, no cabelo e no corpo, uma criatura entre o humano e o divino – (...)” (pag.141)

Em muitos momentos, estes dados nos são apresentados na iconografia pictórica do período do renascimento. Sempre a mulher trazendo o movimento como divindade no âmbito terreno. Esta divindade não estava remetida exclusivamente ao sagrado. Trazia no caso renascentista o retorno ao paganismo:
               “As representações pictóricas de Ninfas por artistas como Botticelli e Ghirlandaio eram para o historiador hamburguês muito mais que meras citações visuais de elementos da cultura antiga. Elas constituíam, para Warburg, efetivas personificações do paganismo renascentista, revelando-se registros da presença de Pathosfomeln promordiais – conjunto de posturas e gestos que, segundo ele, remetiam a condições especiais de excitação psicológica. Como sugere E.H. Gombrich (1970, p.125), Warburg via na ‘Ninfa a erupção de uma emoção primitiva através da crosta do autocontrole cristão e decoro burguês’. (p.142)
               É justo pensar que não há nenhum grito ao feminismo nesta intencionalidade de Warburg, mas podemos repensar em termos contemporâneos que os artistas daquele período já entendiam que a mulher, mesmo que no ícone das artes, subjetivamente, nos remetiam a uma liberação erótica em contraposição a um interdito imposto e cujas praticas opressoras vinha da idade média. Principalmente no que diz respeito na própria figura da mulher daqueles tempos. Mas podemos ir além. 

É quase impossível olhar para as esculturas de Bernini e isentá-las da forte conotação sexual que elas carregam devido a sua carga erótica. Gian Lorenzo Bernini (1598-1680) foi um notável artista italiano pertencente ao movimento estético barroco. Diante de tantos ofícios destacou-se como arquiteto e escultor e esta ultima que trago aqui como objeto de estudo. Filho de escultor maneirista Bernini não fugiu da dualidade que era, sendo artista em um período em que a igreja manifestava seus dogmas religiosos pelo viés da arte, servir a gestão do Papa Urbano VIII em Roma. Em suas obras de temas sacros reflete-se o sensual. Em sua maioria, representado na imagem feminina embora este feminino esteja ligado a uma finalidade religiosa. Caso da escultura O êxtase de Santa Tereza que recebe de um anjo o fogo divino cujo instrumento usado por este anjo é mais uma vez uma forma pontiaguda (como as flechas de São Sebastião). Aqui no caso, uma lança. Que queima como fogo. Mas ao invés da dor, podemos perceber o êxtase mencionado. Enquanto a mão direita do anjo prepara-se para usar a lança sobre o corpo da Santa, sua mão esquerda, de um gesto delicado, parece descobrir-lhe o seio.

Mas de que ordem vem tal êxtase? Por se tratar de uma obra sacra pode ser que ela foi defendida, principalmente pela igreja de que se baseava em relatos bíblicos, o espírito santo seria tão intenso que a experiência espiritual se refletiria na carne. Muito mais intenso que o orgasmo feminino, parece. Não é a toa que, assim como São Sebastião, vemos sua face voltada para o alto. Para os céus e não para o anjo que com este espírito santo a invade.
               Mas o orgasmo feminino, não seria tão intenso tanto quanto? Mais até que o orgasmo masculino, uma vez que a mulher, como corpo preso a história e suas tradições, quando atinge este gozo é acometida de um prazer intenso que chega a transcender os próprios sentidos? Parece que o êxtase da Santa de Bernini está mais voltado para o seu interior. Quase que resultado de um prazer solitário. Detalhes estes visíveis em sua materialidade. Como a luz que vem do céu que mais parecem representar o instante desse gozo e os outros detalhes acima citados.


Mas explicito que isso, podemos perceber em outra obra de Bernini: a freira Ludovica. Aqui, vemos um êxtase mais carnal. Ou pelo menos explicitamente carnal. Vemos aqui esta santa com a cabeça voltada para trás. Assim como a primeira, sua boca encontra-se entre abertas e os olhos fechados. Porém o detalhe de seu corpo é mais surpreendente. Suas mãos comprimidas apertam-lhes os seios. Ela está deitada. Suas pernas parecem mover-se para dentro de seu corpo como em posição quase fetal. As sobras de tecido de seu pano de cama estão dispostas entre as suas pernas. Não há aqui a figura de um anjo. A posição de seu corpo alude mais a uma masturbação. Talvez reprimida pela obediência de seu devotamento religioso?
               É bem possível que Bernini não tenha de fato pensado tudo isso. Um homem como todos do seu tempo pouco se sabe de sua vida possivelmente provinciana, comparada aos dias atuais.  Devotado a Igreja que naquele momento ainda trazia da idade media um forte poder de mea culpa ao povo mantendo-os sob seu jugo de Estado. Ainda mais, tratando-se de Bernini. Funcionário direto do Papa Urbano VIII, então presidente Estatal de Roma.

 Mas como negar tais detalhes carregados de carga erótica? Ainda mais representado em mulheres. Estas que em seu tempo ainda mais sofriam as sanções religiosas e sociais e por isso não podiam reivindicar sequer seus prazeres mais fisiológicos. Talvez nada disso de fato tenha sido pensando de Bernini, encarregado de liderar projetos urbanísticos e arquitetônicos na cidade Roma naquele momento. Parece impossível mesmo desvincular o artista de sua Fé religiosa e do seu contexto histórico. Mas podemos de fato limitar tal analise ao plano especulativo? A arte também não se revelaria no plano psicológico de um artista e com isso nos mostraria a face oculta de uma outra sociedade contrária aquela primeira? Mediante negação de tais possibilidades, talvez estaríamos descartando uma subjetividade silenciosa entre artista e expectador que poderia ser muito cara.  Se formos acusar de julgamento equivocado devemos considerar que tal subjetividade já é um pacto social inegável mesmo que Bernini não participe dele.



sábado, 15 de fevereiro de 2014

O Estado burguês não vai te ajudar!

Sei que estou devendo a vocês muitas postagens. Mas prometo retomar o mais rápido possível.
No momento, achei pertinente publicar estas interessantes postagens que foram publicadas em uma rede social por um amigo meu. Apenas achei ético reproduzir aqui apenas as minhas respostas porque gostaria de compartilhá-las e trazê-las a uma reflexão e debate fora de restrição de um grupo e ao mesmo tempo não expor as opiniões alheias por mais que elas sejam satisfatória para uns e equivocadas para outros. E principalmente expor aqui o que de fato tenho acredito. Portanto, Não se trata de mero exercício megalômano de opinião mas simplesmente de eu mesmo assumir minhas opiniões sem expor às dos outros Já que a discussão não nasceu de fato neste sítio mas de um outro mais ou menos privado (já que no mundo da informação temos que lhe dar com várias esferas do publico-privado).


Então, boa leitura e até a próxima.

E obrigado meu amigo, por colaborar com esta importante discussão.

Publicação: Um regime político duvidoso.
O regime político baseado nos princípios da soberania popular e da distribuição equitativa do poder (Democracia), se apresenta de maneiras diferentes em cada parte do mundo, a democracia da Grécia antiga tinha característica totalmente deferente das de hoje, a mesma tinha lados positivo e negativo, em uma visão moderna faltava muito para uma democracia plena.Dentro dos princípios democráticos, tem a formação histórica, social, cultural, a elite local e nacional e a força do capital internacional dentro do mundo globalizado. O Brasil com sua democracia tupiniquim (com todo respeito a os nativos dessa terra, estou citando, O filósofo Roberto Gomes, em “Critica a Razão Tupiniquim”, que ataca a falta de personalidade do povo brasileiro, e a dependência cultural e outras coisas mais). Aonde os assuntos de interesse nacional, nunca chega a uma consulta popular então o Brasil não é um país de todos e de uma minoria. E quando chega vem mascarado cheio de interesse partidário, isso é partidos que não representa o povo, só o interesse internacional e deles.Cadê a reforma política?Financiamento publica de campanhas, fins das coligações proporcionais, unificação de eleições municipais e nacionais, plebiscitos e referendos, tudo isso acompanhado de leis contra corruptos e corruptores, talvez chegasse a uma democracia brasileira, que daria orgulho, ate agora só demagogia.


JC Anjos: Concordo com você ********. Mas francamente, cheguei a conclusão que não devemos mais esperar pelas intervenções do  Estado para a melhoria da sociedade como um todo. (salvaguardando apenas as intervenções em que este mesmo Estado legitima o extermínio de jovens negros em periferias de São Paulo e morros Cariocas para "uma melhor segurança às elites desse país" onde nitidamente lê-se "Eugenia".  Nunca acreditei em nenhum sistema, seja ele aristotélico, platônico que, escravizando seres humanos, excluem estes da pólis. Este filhos que pela história foram excluídos, é que precisam  se reerguer do obscurantismo sócio cultural e construírem suas identidades, não para confrontar a cultura dominante vigente, mas para se reconhecerem como parte do mundo; essenciais e não como coadjuvantes e pedintes de um mundo  que já caiu em nossa colo montado e engessado. Não acredito em nenhuma politica coronelista do "cidadão de bem". Acredito em cada um  de nós; que na margem dessa sociedade "perfeita" podemos emergir como novas propostas de um mundo mais democrático. Me desculpem os céticos, mas isso não vejo como utopia. Acredito e muito na nossa gente das periferias, dos quilombolas e dos sem-tetos indígenas no nossa Brasil que teima ainda em querer ser "brasis". tão desigual e desumano!

Concordo com o Sr.Dr. Gersem Baniwa que defende a valorização da etnia por ela mesma sem esperar que o Outro valorize segundo seus critérios etnocêntricos:



DEPUTADO DIZ QUE QUILOMBOLAS, ÍNDIOS E HOMOSSEXUAIS SÃO “TUDO O QUE NÃO PRESTA” E INCITA VIOLÊNCIA

JC Anjos: Não é nenhum segredo que em muitos estados e principalmente nos estados do norte e nordeste, onde há pouca visibilidade por estarem fora do campo de visão das grandes metrópoles, estas práticas coronelistas por parte de políticos bastante conhecidos são amparadas por forte estrutura paramilitar. é nestes lugares longínquos em que o voto obrigatório tem seu sentido levado ao extremo em que pessoas votam sob armas na cabeça.  Vocês acham que tais sistemas opressores que surgiram na idade média, sobreviveram o iluminismo e a revolução industrial também não traria em seu cerne àqueles pensamentos tão retrógrados hoje sustentados sobre o discurso pró-racismo e pró-homofobia? Eu só tenho que lamentar, mas continuar questionando esta elite conservadora e perigosa.


JC Anjos: Sei que devemos ter um posicionamento politico sobre a atual gestão do Estado. E concordo e este vídeo corrobora exatamente o meu discurso anterior a uma outra postagem sua , ******. Mas particularmente eu não saberia dizer se sou de fato um socialista. Acho até que diante das minhas ideias, a minha revolução sequer foi tentada. Ela vai acontecer, mas não é de um homem só, mas de um grupo (ou vários grupos) que até onde sei não se reconhece(m) como parte de um todo porque o próprio Estado burguês criou valores através de seus discursos historicizados, para excluir (-los). Porém, algo está acontecendo. Estes valores simbólicos já não são mais hegemônicos. Culturas antes rejeitadas e sequer existentes no parâmetro ocidental são revistas e pesquisadas. Acho que a hora tá chegando. Mas não adiante passarmos a perceber nossos valores depois que estes saírem do tubo de ensaio dos laboratórios acadêmicos para as cartilhas escolares (se de fato isso Acontecer). É a nossa história. Somos nós que precisamos contá-la.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Síntese - Máscara da rua




Faixa do disco um do álbum Sem Cortesia. Primeiro álbum do Síntese lançado pela Matrero Records.
Produzida por Neto.
Download do álbum -
Letra:

Quem tá nela nas madruga, sabe do que eu tô falando.
Eu vejo a face da morte em cada louco se drogando.
Em cada olhar desesperado eu vejo medo sufocando.
Pra cada vida que vai é um monte de vida chorando.

Até quando eu vou ver isso, muitos vão antes do fim.
Quantos eu vou ver morrer levando uma parte de mim.
Quanto sangue, em vão, vai ter que ser derramado.
Para os caras criarem noção e ver que está tudo errado.

A rua tá apodrecendo, é só olhar pela janela.
Tá mentindo pra si mesmo, quem nega ver isso nela.
Os rolês na cidade, fez parte da vivência.
Antes era liberdade, agora é teste de sobrevivência.

Em cada beco, vários bico a gente vê.
O destino nem precisa ser vidente pra saber.
Sempre duas opções, cadeia ou caixão.
A causa da morte, provavelmente mais um jão.

Que, sem opção, atirou e não correu.
A lei da rua é uma só, antes ele do que eu.
Quem era aliado, é visto como oponente.
A vida alheia já não vale tanto como antigamente.

Aqui a morte anda nua, ataca sem dó nem critério.
Mostra a cara nas chacinas, faz da rua um cemitério.
A luz do luar, se esconde atrás da neblina densa,
Deixando cada vez mais tenso o clima.

Em semblantes fechados, olhares frios.
O amor se foi, e abandonou nos corpos corações vazios.
Dando espaço pra maldade e espíritos possessivos,
Atacando, sugando a vida de cada ser vivo.

É o meu lar, asfalto cinza...
É meu lugar, só que as trevas estão engolindo elas.

E pra quem ama como eu amo, isso é inadimissível.
Se nós não fizermos nada, o futuro é previsível.
Almas adoecerão, pessoas perecerão.
Quantos irmãos cairão levando junto a esperança?

A hora é de dizer não, pra porra da degradação.
No futuro quero olhar pra trás e notar a mudança.

A máscara da rua cai. O asfalto não é seguro.
Corre perigo quem sai pro outro lado do muro.
São poucos que trazem no peito a verdade.
Cada quebrada é um mundo, e cada mundo uma realidade.

Na rua o vento é quem dita a nota da sinfonia.
Intuição é meu maestro, e a sirenes melodias.
As vezes, só a lua te faz companhia.
Presta atenção no que você faz, a rua te cobra um dia.

Por elas as pessoas são cada vez mais frias.
E eu apendo observando o game-over da maioria.
As tretas, nem sempre acabam na diplomacia.
Quem tá, soube jogar, e quem foi, é só nostalgia.

O ódio, se espalha feito epidemia.
Os lixos se proliferam nos cantos da rodovia.
A noite cai, tem os do 12 de vigia.
E começa a fissura das medusa e não é mitologia,

É real. Nas biqueiras, é grande a freguesia.
Enquanto isso, as escola estão cada vez mais vazias.
Os nóia rende antendente de bijuteria.
E os kamikase, "cata" as os banco, as joalheria.

A prática, é controversa e sem ideologia.
Entende que polícia honesta só na teoria.
Pra resolver na lei, é só burocracia.
E na rua, é só querer e ter pontaria.
-
Matrero Records, 2012.