PAREDES MORTAS
Acariciando o muro chapiscado.
Agora, tentando encontrar
Um prazer não conhecido.
No inverno
Me agasalho em matrimonio com o colchão.
Afundo em devaneios.
Beijando a parede de gelo.
Agora me esfrego em meus próprios sonhos.
Antes, ao banho, me embriago em estimulo
Ao perfume de meu próprio corpo
E afundo no transe
Após acariciar meu próprio ser.
Eu não me machuco.
Eu não me traio.
Eu não penso em mim,
Mas em mim próprio.
E os suspiros
Rebatem nos azulejos frios daquele banheiro;
E os gemidos ecoam naquela sala solitária;
E o suor marca a concha daquela ilustre cama;
E o cheiro de sexo e suor
Não conseguem passar daquele corredor molhado de lágrimas.
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