O mercado dos vinis, até pouco tempo atrás restrito ao nicho de DJs, colecionadores, audiófilos e demais aficionados vem recebendo cada vez mais atenção. O principal motivo para o crescente entusiasmo no Brasil é a recente reativação da fábrica de discos Polysom, localizada em Belford Roxo (RJ) e conhecida como a única fábrica de vinis existente em toda a América Latina.
Durante anos, a Polysom subsistiu graças à prensagem sob encomenda de DJs, comerciantes europeus e japoneses interessados na música brasileira, além de singles e compactos de grupos e artistas de rap. No caso destes últimos, a produção de discos de vinil representa uma forma de preservação e resistência da cultura Hip-Hop. A Boomshot, por exemplo, rádio online especializada em rap, lançou em 2007 um disco em comemoração aos seus 3 anos de existência. Na ocasião, foram prensadas 300 cópias numeradas do vinil, com 3 músicas inéditas nas versões original, instrumental e acapella (só a voz).
O “mercado negro” dos discos de vinil permaneceu reduzido a sebos, colecionadores e lojas especializadas ao longo dos anos em que os inovadores formatos digitais praticamente monopolizavam as atenções. Djalma Gautama, DJ porto-alegrense que não abre mão do esquema de pick-ups, agulhas e vinis, fala da dificuldade de conseguir discos novos na época: “os lançamentos não chegavam até aqui, eu tinha que comprar de amigos DJs de São Paulo, que compravam nas lojas de lá ou importavam por conta”.
No ano de 2007, a fábrica da Polysom funcionava com apenas 3 funcionários em uma garagem, e chegou a decretar o encerramento das atividades em outubro do mesmo ano. O que revitalizou a produção dos LPs no Brasil foi a compra da fábrica pelos proprietários da Deckdisc, João Augusto e seu filho, Rafael Ramos, no início de 2009.
Durante anos, a Polysom subsistiu graças à prensagem sob encomenda de DJs, comerciantes europeus e japoneses interessados na música brasileira, além de singles e compactos de grupos e artistas de rap. No caso destes últimos, a produção de discos de vinil representa uma forma de preservação e resistência da cultura Hip-Hop. A Boomshot, por exemplo, rádio online especializada em rap, lançou em 2007 um disco em comemoração aos seus 3 anos de existência. Na ocasião, foram prensadas 300 cópias numeradas do vinil, com 3 músicas inéditas nas versões original, instrumental e acapella (só a voz).
O “mercado negro” dos discos de vinil permaneceu reduzido a sebos, colecionadores e lojas especializadas ao longo dos anos em que os inovadores formatos digitais praticamente monopolizavam as atenções. Djalma Gautama, DJ porto-alegrense que não abre mão do esquema de pick-ups, agulhas e vinis, fala da dificuldade de conseguir discos novos na época: “os lançamentos não chegavam até aqui, eu tinha que comprar de amigos DJs de São Paulo, que compravam nas lojas de lá ou importavam por conta”.
No ano de 2007, a fábrica da Polysom funcionava com apenas 3 funcionários em uma garagem, e chegou a decretar o encerramento das atividades em outubro do mesmo ano. O que revitalizou a produção dos LPs no Brasil foi a compra da fábrica pelos proprietários da Deckdisc, João Augusto e seu filho, Rafael Ramos, no início de 2009.
Aproveitando a onda dos bolachões, a Sony lançou a série Meu Primeiro Disco, no ano passado. A gravadora que detém os direitos das extintas CBS, Columbia e RCA pretende reeditar em vinil 30 títulos representativos da história da música brasileira. Os discos da série, fabricados no exterior, trazem de volta ao público a versão de 33 1/3 rotações do álbum de estreia de alguns artistas da gravadora. Entre os já lançados, estão Chico Science & Nação Zumbi, João Bosco e Engenheiros do Hawaii.
A primeira leva de discos de alta qualidade fabricados no Brasil, porém, saiu só em março deste ano: a Deckdisc foi a primeira a utilizar a fábrica reestruturada para lançar os LPs de Fernanda Takai, Pitty, Cachorro Grande e Nação Zumbi, além de um compacto split (meio a meio) de Dead Fish e Mukeka di Rato. A gravadora também criou o selo Vigilante, destinado ao lançamento de compactos em vinil e singles digitais.
Uma coisa interessante de perceber é que nas lojas que vendem discos novos no Brasil o preço dos LPs nacionais não difere muito daqueles que são importados ou fabricados no exterior, como é o caso da coleção da Sony. A diretoria da Polysom atribui [cerca de 40%] do preço final do vinil no país aos impostos agregados ao produto. Materiais como o acetato – no qual é gravada a primeira impressão dos sulcos que originarão o disco – que só é fabricado no exterior, e nem por isso está isento de taxa de importação, encarecem o processo de produção.
A atmosfera de entusiasmo acerca da volta do vinil não é exclusividade do Brasil. Lá fora, assim como aqui, a produção de discos vem ampliando nos últimos anos seus horizontes para além dos limites do mercado específico já citado. Nos Estados Unidos, segundo levantamento da Nielsen Soundscan, as vendas de LPs cresceram 89% do ano de 2007 para 2008, e 33% de 2008 para 2009, chegando a um total de 2,5 milhões de unidades. Outro dado interessante é que quase metade destes dois milhões e meio de compradores sequer tem um toca-discos em casa. O fenômeno, de certa forma, ilustra a nova relação dos consumidores com a música, evento que as grandes gravadoras relutam em aceitar. Discos que são comprados como suvenires configuram uma relação de maior cumplicidade com os artistas, em contraste com a indústria de hits e vendas em massa.
Finalmente, o fato de o vinil ter resistido até hoje, nas prateleiras dos sebos e nas coleções dos admiradores, já é argumento suficiente para refutar qualquer hipótese apocalíptica sobre sua sobrevivência. Muito além das motivações volúveis da indústria fonográfica, está o prazer de quem curte ouvir boa música livre da compressão do digital, sujar os dedos catando raridades em sebos, apreciar o chiado e a sonoridade característica dos bolachões, contemplar as artes de capa e os encartes em tamanho família ou simplesmente ouvir a reprodução mecânica da onda sonora: mais fiel, mais pura e, justamente por isso, mais viva.
Este texto foi escrito por Thiago Miotto, mano sangue bom, estudante de jornalismo da UFSM!Roubado do sitio:
http://oviesrevista.wordpress.com
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