quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Exposição Walter Firmo – Um olhar sobre Bispo do Rosário. Obras fotográficas que desvelam a “aura” nas obras de arte do artista, mas que não decifram seu enigma.


Se um dos milhares de ditos que o popular se vale para adjetivar e assim se manter seu receoso distanciamento da arte e do seu sistema de valores cultos, é associa-la como “uma prática de loucos”. O que reforça esse imaginário coletivo que mais serve para distanciar a experiência estética da obra de algumas classes sociais é aqui bem aplicado, pelo menos literalmente, na vida e obra de Bispo do Rosário (1909 ou 1911, Sergipe, 1989, Rio de Janeiro). Impossível de separar analiticamente estas duas, perturbando nossa desesperada necessidade contínua de categorizar e ordenar valorativamente o estado das coisas.
Como todo messias contemporâneo, Bispo ouviu o chamado de Deus e fez de sua vida sua própria obra de arte. Começa ele mesmo se intitulando como Jesus Cristo. Para o restante do mundo, nada mais foi que um invisível social. Arthur Bispo do Rosário era negro e descendente direto de escravos Africanos; louco; filho da classe operária. Ele é um exemplo romântico do artista incompreendido pelo seu tempo e pelo seus pares e que somente será reconhecido pós-mortem. Morre o homem, nasce o mito. Ciclo natural que só compete àqueles que não tiveram uma voz na polis, mas que sua obra, inegável e barulhenta se faz existir. Uma voz emergindo da periferia e se centralizando simbolicamente. Nos incomodando. Mas nada disso valeria se sua materialidade não dissesse nada.

Mas aqui não se trata de definirmos esta materialidade. Por hora. Ela já tem o seu status de fato  antes mesmo, em um dado momento em que ela escapava dos nossos juízos categóricos. Extrapolou a tentativa de institucionalização em um primeiro momento mas não escapou de ser apreendida pela galeria graças aos seus valores simbólicos. O que se sugere que mesmo sua obra não estando resolvida para a historia da arte assim como toda a arte contemporânea não está, ela se encontra presente no mundo através de suas várias consciências. inclusive algumas delas emanada do próprio Artista-messias.

E uma dessas consciências não se dá tão simplesmente com Bispo. O que está aqui em jogo é justamente o contrário. O desarme desses juízos. Para entrar na “aura” de Bispo é entrar totalmente nu. Walter Firmo e José Castello se aventuraram, sendo eles os primeiros a penetrarem neste mundo (na época, Bispo não era a figura que conhecemos hoje e ambos, fotógrafo e repórter foram escalados aleatoriamente pela revista Isto é da época para cobrirem um personagem de problemas mentais mas que chamava atenção pelo que fazia de “exótico” já que nesta época exisita um espirito que começava a buscar o simbolo do anti-herói).

Nada valerá por completo ao acompanhar as fotografias da exposição sem se dirigir para o fundo da sala e acompanhar o vídeo (que é de um tempo tolerantemente curto). As fotografias das obras do Bispo tomam para si o status quando estas, em certo paradoxo com Walter Benjamin, resgata justamente sua “aura”. Aura esta que o próprio Bispo questionou aos seus interlocutores antes que estes tivesse acesso à suas obras, na época e que agora, os envolvidos metaforicamente se apropriam de suas sombras (a do Bispo) como um mistério do artista. Você entenderá ao ler o já destacado ótimo texto curatorial de Flávia Corpas.

Enfim, vale a pena assistir a esta exposição. Mas vá desarmado para assim mergulhar na loucura de uma grande artista (ainda que não seja pelos tramites canônicos, mas já canonizado pelo mundo da arte), e fugir um pouco desse mundo cada vez mais certinho, controlador e normativo.

Quando: Centro Cultural Caixa Econômica Federal
Horário: 10h às 21h (3as a Domingos)
Onde: Avenida Almirante Barroso, 25 – Centro Rio de Janeiro
Período: 15/09/2013 a 10/11/2013.



segunda-feira, 14 de outubro de 2013

UCHITEL TRUDA, HONOR FEROX, CASA DA MATRIZ, FAVO DE FEL, GUANABARA DIE HARDS!


The Little Fucked up Mermaid - Experimental Urban Tale -



▶ The Little Fucked up Mermaid - Experimental Urban Tale -
Have you ever wonder what Ariel had become now?
Vous êtes vous déjà demandé ce qu'était devenue Ariel maintenant?

DIARY OF AN ANGEL by Julie Van Gaans



Julie Van Gaans is filmaker/director from Bruxels..

http://thecreaturescave.tumblr.com/

CALOUSTE GRÁFICO!



sábado, 5 de outubro de 2013

SÍNTESE e DISTÚRBIO VERBAL

Síntese & Distúrbio Verbal
Buracos Ao Chão [EP Não Oficial]

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Todas as guias das vozes foram registradas na Unidade II da Matrero por Moita e Willian Monteiro. Exeto das faixas 1 e 13, registradas no estúdio Pura Rua por Dö.

Faixas 1, 2, 3, 9 e 10 produzidas por Neto.
Faixas 4, 6, 7, 8 e 11 produzidas por Willian Monteiro.
Faixa 13 produzida por Moita.

Faixa 5: Jacob Miller - Healing Of The Nation.
Faixa 12: Jackie Mitoo - Brain Mark.

Foto por Vinicius Moreira.
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"O EP surgiu da necessidade que temos de nos expressar, a necessidade de falar algo, passar alguma coisa do que pensamos à diante, buscando também ser compreendidos no que sentimos.
Um registro pessoal de uma fase de nossas vidas nesse plano sob essas condições de existência.
Apesar do teor denso, e de vibrações negativas emanadas nos registros, acreditamos que trazemos um princípio além de um propósito, num formato de músicas que, ás vezes, até gostamos e achamos mais relevante que o silêncio, no momento.
Mas acima de tudo, é um projeto de vida. Um modo de, uma vez percorrendo os espaços submetidos a mesma realidade, aproximarmos os nossos corações, procurando a comunhão e uma cumplicidade de cárcere entre nós mesmos que buscamos as mesmas consciências e mais ou menos as mesmas práticas, por nos sentirmos de maneira parecida e almejarmos um tratamento semelhante frente à tudo o que nos visita uma vez a mercê do vento nesse lote de tempo e espaço.
Nossa contribuição pessoal pra uma causa universal.
Os tempos são esses, estamos com os pés aqui.
O senso virá.
Graça e paz da parte de Deus.
Amem.
Amém.

São José dos Campos, 16 de junho de 2013
Neto e Ingles"




Penumbra
Sente... Degusta a chuva que não é purificação.
Lanterna à mão... Apontar pra frente em meio à escuridão.

Desaconchegue nesse cego enredo. Completo se interne,
Onde sol não emana a luz e o horizonte é inerte.
Repele até o oposto no campo de atrito imposto,
Ainda honesto, pós tortura, na minha posição sem posto.

Degrada o sonho. Adentra o rosto o resto amargo.
Pre suponho, após a última dose, tentando afogar neurose.
Aborte. Corte quaisquer sem sorte flerte com a morte, desavento,
Quem doma a redoma grita: Se entorte.

Atmosfera... Terra muda, presa no que cala,
Mas dá pala. Vala, ausente a verdade na fala.
Desespero exala se contendo ao afrontar,
O tentar acompanhar do calcular ao te apontar.

Limitado ao ocular, e um dos fardos é testemunhar
O interagir do ocultar, o que faz ecoar o gritar.
Daqui é interno, certo termo, cego desapego.
Prego. Imerso, o existir não ergo, só me envergo.

Envertido... Do céu ao sol, traído. Deformado.
Sentido tudo, nada visto. Invisto no impalpável.
Malícia nesse vél. Tudo sem luz é ilusão,
Qual a razão sobre a alusão? Poeira alta e veste ao chão batido.

O que altera a percepção compromete a concepção. Refletir sem conclusão.
Em troca de alguns metros na direção da emoção? Vão.
A vida além do atalho e da grade...
Alma moldada, lembra, recuse mesmo que agrade.

Não se acaricia com a foice, nem se afaga com a espada.
A sedução que traga é praga. Submerso, equanto o grito vaga.
Segue a saga... jardim de aço... um compasso pra cada passo...
Curso GAIA pesa o traço, plano TERRA arma o laço.






 Buracos no Chão

Buracos ao chão. Realidade destrói paralelo.
O elo perdido foi encontrado no coração puro.
Brigo no escuro, os socos me acertam,
Me esquivo, e ainda erro. E me deparo nocauteado.

Saí pra ver e vi, o que muitos não vêem.
Só quem abre a mão daqui vê o que é bom.
Estar além de ver - sentir. Então a luz me encontra,
Flutuo e ouço aqui que preciso ouvir pra seguir.




Mundo cão, eu louco de são,
Me vejo no vão da paz/loucura, e agora solidão.
Ouço tom da voz e manobro os ecos.
Inspira a vida, sinto as vozes e dialetos.

Decretos dos anjos e demônios no ouvido.
Não ouviu? Merda, acabaram de bater o martelo.
Como um truco, o blefe é soprado,
Os sinais trocados; e eu, ingênuo, perco o jogo de novo.

Mas sincero. "Deuses" me aniquilam em vida,
Humanóides aliciam, malícia me visita.
O caderno exita, exito de sentir ódio,
A mentira ao pódio faz a ação ser simbólica,

Apocalíptica. Na mente cética.
Fabricam o fim da véspera pro fim das épocas.
Vulgos vigaristas me aprisionam,
Não me deixam entender porque me rondam ou me sondam.

Agora olho o quadro. Insano, perturbado.
Encaminhado a viver com o dedo flexionado.
Tudo mais claro nesse baralho marcado.
Nessa comunga estou só, com o meu senso tragado.

O que devo saber pra poder viver?
Se Deus que me toca, e mais ninguém.
Sinto a pureza envolvendo a minha alma,
Mas a Terra me arremessa e faz disso tudo uma queda.

Eu só tenho a minha fé pra sentir.
Porque se dependesse daqui nunca iria sorrir.
Se sou ingrato, dou a minha face e coração
Pra quem viveu vinte outonos no clarão da ilusão.

Sem mal dizer. Se derem amor e paz nessa aurora,
Perfeição, não basta. Lhes deformam e jogam fora.
Irreversível essa noite teatral,
Onde atores degradam as flores em prol do final.

Não consigo ser nada, mano, só eu.
Forte, paciente, temente à Deus, mas no breu.
Ser filho seu (Pai) já vale o prêmio da guerra.
Nessa briga externa que se interna a cada segundo.

Me vejo como um homem da caverna,
Sobrevivendo sem saber, enquanto dinossauros domam a Terra.
Então me desdobro na faísca que vivo,
Serei meu espírito antes que eu exploda...

Terreno hostil, aqui, não ignoro o frio. Remo e pavil, tio.
Os neurônios de acender explodiu.
Deu pra ligar? Veneno e cio, nação viril, Jão.
Foto de mil grau, tô fraw. Brasil nunca me viu.

Inconveniente, me evite, amargando outro desquite,
Ecossistema sangra, e tudo que fala mente, memo.
O mal que se omite, aleja ou mata no anzol.
Debato sem me abater, rastejando até o sol.

Crosta terrena evidencia o senso universal,
Pretensão enrijece a matrix espiritual,
Densifica, a consciência o classifica,
Até entrar na equação a variável que ninguém explica [Deus].

Eu e eu contra mim memo, frente os cara, sempre foi.
O que vislumbro de melhor hoje repousa no depois.
Tentar ficar de pé, mais alcolismo e demência,
Sufoca a fé, o corpo pesar mais que a consciência.

No fundo me importo em expor minha glória vergonhosa.

Laje laica comum ostententa conduta pecaminosa.
E finda a prosa, universo. Um terço verso, mano.
Eternidade corrompida alimenta draconiano.

Suprimir pra internar e limitar a interação,
Acoar, pra dementar na super associação.
Vasto orgulhoso mal... Quando pesa o fardo.
Órfão quer ser adotado. Shiu... Firmão, to errado.

Nesse chão aflora zológico dos bicho-homem...
Nesse rio de pedra entre amor e ódio eu sinto fome...
"Destrata que é a cota", "se mata com a muca"...
Sem sentir o hálito do demônio roçando quente na nuca.

Mental, real, berro, enquanto bendizem o mal.
Só eu me vejo sentenciado enquanto degusto o punhal.
Lembro do único caminho pra justificação
Me esquivo, quando os meus álibis viram os motivos das fugas.



FANZINE GROK 7





TOSHIO SAEKI


quarta-feira, 2 de outubro de 2013

OPERA MULTI STEEL - Regret Qui Sécaille - K7


OPERA MULTI STEEL - Regret Qui S´écaille - ebm - dark wave - etheral da França


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 Abaixo trecho de apresentação em São Paulo


MICK HARVEY - SKETCHES FROM THE BOOKS OF THE DEAD

MICK HARVEY foi colaborador de Nick Cave desde muito tempo...

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