terça-feira, 30 de novembro de 2010

A farsa e a geopolítica do crime




























      A Guerra do Rio? A farsa e a geopolítica do crime 25/11/2010.José Cláudio Souza Alves* 25/11/2010
Nós que sabemos que o ?inimigo é outro?, na expressão padilhesca, não podemos acreditar na farsa que a mídia e a estrutura de poder dominante no Rio querem nos empurrar. Achar que as várias operações criminosas que vem  se abatendo sobre a Região Metropolitana nos últimos dias, fazem parte de uma guerra entre o bem, representado pelas forças publicas de segurança, e o mal, personificado pelos traficantes,  é ignorar que nem mesmo a ficção do Tropa de Elite 2 consegue sustentar tal versão.O processo de reconfiguração da geopolítica do crime no Rio de Janeiro vem ocorrendo nos últimos 5 anos. De um lado Milícias, aliadas a uma das facções criminosas, do outro a facção criminosa que agora reage à perda da hegemonia.Exemplifico. Em Vigário Geral a polícia sempre atuou matando membros de uma facção criminosa e, assim, favorecendo a invasão da facção rival de Parada de Lucas. Há 4 anos, o mesmo processo se deu. Unificadas, as duas favelas se pacificaram pela ausência de disputas. Posteriormente, o líder da facção hegemÿnica foi assassinado pela Milícia. Hoje, a Milícia aluga as duas favelas para a facção criminosa hegemÿnica. Processos semelhantes a estes foram ocorrendo em várias favelas. Sabemos que as milícias não interromperam o tráfico de drogas, apenas o incluíram na listas dos seus negócios juntamente com gato net, transporte clandestino, distribuição de terras, venda de bujões de gás, venda de voto e venda de ?segurança?.Sabemos igualmente que as UPPs não terminaram com o tráfico e sim com os conflitos. O tráfico passa a ser operado por outros grupos: milicianos, facção hegemÿnica ou mesmo a facção que agora tenta impedir sua derrocada, dependendo dos acordos. Estes acordos passam por miríades de variáveis: grupos políticos hegemÿnicos na comunidade, acordos com associações de moradores, voto, montante de dinheiro destinado ao aparado que ocupa militarmente, etc.Assim, ao invés de imitarmos a população estadunidense que deu apoio às tropas que invadiram o Iraque contra o inimigo Sadan Husein, e depois, viu a farsa da inexistência de nenhum dos motivos que levaram Bush a fazer tal atrocidade, devemos nos perguntar: qual é a verdadeira guerra que está ocorrendo? Ela é simplesmente uma guerra pela hegemonia no cenário geopolítico do crime na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. As ações ocorrem no eixo ferroviário Central do Brasil e Leopoldina, expressão da compressão de uma das facções criminosas para fora da Zona Sul, que vem sendo saneada, ao menos na imagem, para as Olimpíadas. Justificar massacres, como o de 2007, nas vésperas dos Jogos Pan Americanos, no complexo do Alemão, no qual ficou comprovada, pelo laudo da equipe da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, a existência de várias execuções sumárias é apenas uma cortina de fumaça que nos faz sustentar uma guerra ao terror em nome de um terror maior ainda, porque oculto e hegemÿnico. Ônibus e carros queimados, com pouquíssimas vítimas, são expressões simbólicas do desagrado da facção que perde sua hegemonia buscando um novo acordo, que permita sua sobrevivência, afinal, eles não querem destruir a relação com o mercado que o sustenta. A farsa da operação de guerra e seus inevitáveis mortos, muitos dos quais sem qualquer envolvimento com os blocos que disputam a hegemonia do crime no tabuleiro geopolítico do Grande Rio, serve apenas para nos fazer acreditar que ausência de conflitos é igual à paz e ausência de crime, sem perceber que a hegemonização do crime pela aliança de grupos criminosos, muitos diretamente envolvidos com o aparato policial, como a CPI das Milícias provou, perpetua  nossa eterna desgraça: a de acreditar que o mal são os outros. Deixamos de fazer assim as velhas e relevantes perguntas: qual é a atual política de segurança do Rio de Janeiro que convive com milicianos, facções criminosas hegemÿnicas e área pacificadas que permanecem operando o crime? Quem são os nomes por trás de toda esta cortina de fumaça, que faturam alto com bilhões gerados pelo tráfico, roubo, outras formas de crime, controles milicianos de áreas, venda de votos e pacificações para as Olimpíadas? Quem está por trás da produção midiática, suportando as tropas da execução sumária de pobres em favelas distantes da Zona Sul? Até quando seremos tratados como estadunidenses suportando a tropa do bem na farsa de uma guerra, na qual já estamos há tanto tempo, que nos esquecemos que sua única finalidade é a hegemonia do mercado do crime no Rio de Janeiro? Mas não se preocupem, quando restar o Iraque arrasado sempre surgirá o mercado financeiro, as empreiteiras e os grupos imobiliários a vender condomínios seguros nos Portos Maravilha da cidade. Sempre sobrará a massa arrebanhada pela lógica da guerra ao terror, reduzida a baixos níveis de escolaridade e de renda que, somadas à classe média em desespero, elegerão seus algozes e o aplaudirão no desfile de 7 de setembro, quando o caveirão e o  Bope passarem. * José Cláudio Souza Alves e sociólogo, Pró-reitor de Extensão da UFRRJ e autor do livro: Dos Barões ao Extermínio: Uma História da Violência na Baixada Fluminense
                                                                             

WAGNER MONETES E MARCELO FREIXO SOBRE O RIO



Não há paz social, sem justiça social.

IMAGEM DE 2008 DA "OCUPAÇÃO DO ALEMÃO" POR CONTA DO PAN.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Jornal Nacional e Secretário de Segurança Beltrame mentem sobre ocupação na Vila Cruzeiro

Ontem o Jornal Nacional abriu espaço para o Secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, dizer o seguinte:


Fátima Bernardes: - O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, disse nesta quinta-feira que a operação na Vila Cruzeiro foi um passo importante para retomar uma área até então dominada por criminosos.

Beltrame: - “Se tirou dessas pessoas o que nunca foi tirado, que é o seu território. Se tirou dessas pessoas o que eles chamavam e consideravam de porto seguro. Faziam as suas barbaridades, e fazem na cidade, e correm covardemente para o seu reduto protegido por armas de guerra. É importante prender as pessoas, é importante recolher drogas, é importante recolher munição, é importante prender essas pessoas. Mas é mais importante tirar o território”, disse o secretário.

É mentira. Veja a foto abaixo, que é um print screen de trecho de uma reportagem do G1 (portal das Organizações Globo) de 21 de abril de 2008 (há dois anos e sete meses). E o secretário era o mesmíssimo Beltrame.



Leia a íntegra da reportagem e confira que o JN de Kamel não pesquisa nem no portal que lhe acolhe.

Bope pendura bandeira na Vila Cruzeiro

Objetivo é comemorar uma semana de ocupação da favela.
Clima foi de aparente tranqüilidade nesta segunda-feira (21), segundo o batalhão.

Para comemorar uma semana de ocupação policial na Vila Cruzeiro, na Penha, subúrbio do Rio, o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) pendurou na tarde desta segunda-feira (21) uma bandeira na parte mais alta da favela.

A bandeira, da cor preta e com o símbolo do Bope, foi pendurada no terraço de uma casa da região, segundo informou o próprio batalhão.

A polícia ocupa a região desde a última terça-feira (15). Neste final de semana, o batalhão apreendeu três mil sacolés de cocaína e 480 pedras de crack durante uma operação realizada no domingo (20), e removeu no sábado (19) um muro de concreto no Morro da Chatuba, que era usado como barricada por traficantes da região.

Desde a última terça, a polícia ocupa as favelas da Penha por tempo indeterminado. Na semana passada, ocorreram diversos confrontos entre policiais e supostos traficantes da região. De acordo com a polícia, 14 pessoas morreram e sete ficaram feridas desde o início da ocupação.

Segundo o Bope, não houve troca de tiros nem prisões e apreensões nesta segunda-feira.

Quando o JN não esconde informação do telespectador, como mostrei aqui em O jornalismo ‘independente’ de Ali Kamel, a ‘bomba’ do Faustão que parou Ipanema. E mais: Procter & Gamble, Grendene e Coca-Cola, ou dá a informação errada.

 extraido do blog do mello

http://blogdomello.blogspot.com/2010/11/jornal-nacional-e-secretario-de.html

 

 

A crise no Rio e o pastiche midiático


Luiz Eduardo Soares: a crise no Rio e o pastiche midiático




Sempre mantive com jornalistas uma relação de respeito e cooperação. Em alguns casos, o contato profissional evoluiu para amizade. Quando as divergências são muitas e profundas, procuro compreender e buscar bases de um consenso mínimo, para que o diálogo não se inviabilize. Faço-o por ética –supondo que ninguém seja dono da verdade, muito menos eu–, na esperança de que o mesmo procedimento seja adotado pelo interlocutor. Além disso, me esforço por atender aos que me procuram, porque sei que atuam sob pressão, exaustivamente, premidos pelo tempo e por pautas urgentes. A pressa se intensifica nas crises, por motivos óbvios. Costumo dizer que só nós, da segurança pública (em meu caso, quando ocupava posições na área da gestão pública da segurança), os médicos e o pessoal da Defesa Civil, trabalhamos tanto –ou sob tanta pressão– quanto os jornalistas.
Digo isso para explicar por que, na crise atual, tenho recusado convites para falar e colaborar com a mídia:
(1) Recebi muitos telefonemas, recados e mensagens. As chamadas são contínuas, a tal ponto que não me restou alternativa a desligar o celular. Ao todo, nesses dias, foram mais de cem pedidos de entrevistas ou declarações. Nem que eu contasse com uma equipe de secretários, teria como responder a todos e muito menos como atendê-los. Por isso, aproveito a oportunidade para desculpar-me. Creiam, não se trata de descortesia ou desapreço pelos repórteres, produtores ou entrevistadores que me procuraram.
(2) Além disso, não tenho informações de bastidor que mereçam divulgação. Por outro lado, não faria sentido jogar pelo ralo a credibilidade que construí ao longo da vida. E isso poderia acontecer se eu aceitasse aparecer na TV, no rádio ou nos jornais, glosando os discursos oficiais que estão sendo difundidos, declamando platitudes, reproduzindo o senso comum pleno de preconceitos, ou divagando em torno de especulações. A situação é muito grave e não admite leviandades. Portanto, só faria sentido falar se fosse para contribuir de modo eficaz para o entendimento mais amplo e profundo da realidade que vivemos. Como fazê-lo em alguns parcos minutos, entrecortados por intervenções de locutores e debatedores? Como fazê-lo no contexto em que todo pensamento analítico é editado, truncado, espremido –em uma palavra, banido–, para que reinem, incontrastáveis, a exaltação passional das emergências, as imagens espetaculares, os dramas individuais e a retórica paradoxalmente triunfalista do discurso oficial?
(3) Por fim, não posso mais compactuar com o ciclo sempre repetido na mídia: atenção à segurança nas crises agudas e nenhum investimento reflexivo e informativo realmente denso e consistente, na entressafra, isto é, nos intervalos entre as crises. Na crise, as perguntas recorrentes são: (a) O que fazer, já, imediatamente, para sustar a explosão de violência? (b) O que a polícia deveria fazer para vencer, definitivamente, o tráfico de drogas? (c) Por que o governo não chama o Exército? (d) A imagem internacional do Rio foi maculada? (e) Conseguiremos realizar com êxito a Copa e as Olimpíadas?
Ao longo dos últimos 25 anos, pelo menos, me tornei “as aspas” que ajudaram a legitimar inúmeras reportagens. No tópico, “especialistas”, lá estava eu, tentando, com alguns colegas, furar o bloqueio à afirmação de uma perspectiva um pouquinho menos trivial e imediatista. Muitas dessas reportagens, por sua excelente qualidade, prescindiriam de minhas aspas –nesses casos, reduzi-me a recurso ocioso, mera formalidade das regras jornalísticas. Outras, nem com todas as aspas do mundo se sustentariam. Pois bem, acho que já fui ou proporcionei aspas o suficiente. Esse código jornalístico, com as exceções de praxe, não funciona, quando o tema tratado é complexo, pouco conhecido e, por sua natureza, rebelde ao modelo de explicação corrente. Modelo que não nasceu na mídia, mas que orienta as visões aí predominantes. Particularmente, não gostaria de continuar a ser cúmplice involuntário de sua contínua reprodução.
Eis por que as perguntas mencionadas são expressivas do pobre modelo explicativo corrente e por que devem ser consideradas obstáculos ao conhecimento e réplicas de hábitos mentais refratários às mudanças inadiáveis. Respondo sem a elegância que a presença de um entrevistador exigiria. Serei, por assim dizer, curto e grosso, aproveitando-me do expediente discursivo aqui adotado, em que sou eu mesmo o formulador das questões a desconstruir. Eis as respostas, na sequência das perguntas, que repito para facilitar a leitura:
(a) O que fazer, já, imediatamente, para sustar a violência e resolver o desafio da insegurança?
Nada que se possa fazer já, imediatamente, resolverá a insegurança. Quando se está na crise, usam-se os instrumentos disponíveis e os procedimentos conhecidos para conter os sintomas e salvar o paciente. Se desejamos, de fato, resolver algum problema grave, não é possível continuar a tratar o paciente apenas quando ele já está na UTI, tomado por uma enfermidade letal, apresentando um quadro agudo. Nessa hora, parte-se para medidas extremas, de desespero, mobilizando-se o canivete e o açougueiro, sem anestesia e assepsia. Nessa hora, o cardiologista abre o tórax do moribundo na maca, no corredor. Não há como construir um novo hospital, decente, eficiente, nem para formar especialistas, nem para prevenir epidemias, nem para adotar procedimentos que evitem o agravamento da patologia. Por isso, o primeiro passo para evitar que a situação se repita é trocar a pergunta. O foco capaz de ajudar a mudar a realidade é aquele apontado por outra pergunta: o que fazer para aperfeiçoar a segurança pública, no Rio e no Brasil, evitando a violência de todos os dias, assim como sua intensificação, expressa nas sucessivas crises?
Se o entrevistador imaginário interpelar o respondente, afirmando que a sociedade exige uma resposta imediata, precisa de uma ação emergencial e não aceita nenhuma abordagem que não produza efeitos práticos imediatos, a melhor resposta seria: caro amigo, sua atitude representa, exatamente, a postura que tem impedido avanços consistentes na segurança pública. Se a sociedade, a mídia e os governos continuarem se recusando a pensar e abordar o problema em profundidade e extensão, como um fenômeno multidimensional a requerer enfrentamento sistêmico, ou seja, se prosseguirmos nos recusando, enquanto Nação, a tratar do problema na perspectiva do médio e do longo prazos, nos condenaremos às crises, cada vez mais dramáticas, para as quais não há soluções mágicas.
A melhor resposta à emergência é começar a se movimentar na direção da reconstrução das condições geradoras da situação emergencial. Quanto ao imediato, não há espaço para nada senão o disponível, acessível, conhecido, que se aplica com maior ou menor destreza, reduzindo-se danos e prolongando-se a vida em risco.
A pergunta é obtusa e obscurantista, cúmplice da ignorância e da apatia.
(b) O que as polícias fluminenses deveriam fazer para vencer, definitivamente, o tráfico de drogas?
Em primeiro lugar, deveriam parar de traficar e de associar-se aos traficantes, nos “arregos” celebrados por suas bandas podres, à luz do dia, diante de todos. Deveriam parar de negociar armas com traficantes, o que as bandas podres fazem, sistematicamente. Deveriam também parar de reproduzir o pior do tráfico, dominando, sob a forma de máfias ou milícias, territórios e populações pela força das armas, visando rendimentos criminosos obtidos por meios cruéis.
Ou seja, a polaridade referida na pergunta (polícias versus tráfico) esconde o verdadeiro problema: não existe a polaridade. Construí-la –isto é, separar bandido e polícia; distinguir crime e polícia– teria de ser a meta mais importante e urgente de qualquer política de segurança digna desse nome. Não há nenhuma modalidade importante de ação criminal no Rio de que segmentos policiais corruptos estejam ausentes. E só por isso que ainda existe tráfico armado, assim como as milícias.
Não digo isso para ofender os policiais ou as instituições. Não generalizo. Pelo contrário, sei que há dezenas de milhares de policiais honrados e honestos, que arriscam, estóica e heroicamente, suas vidas por salários indignos. Considero-os as primeiras vítimas da degradação institucional em curso, porque os envergonha, os humilha, os ameaça e acua o convívio inevitável com milhares de colegas corrompidos, envolvidos na criminalidade, sócios ou mesmo empreendedores do crime.
Não nos iludamos: o tráfico, no modelo que se firmou no Rio, é uma realidade em franco declínio e tende a se eclipsar, derrotado por sua irracionalidade econômica e sua incompatibilidade com as dinâmicas políticas e sociais predominantes, em nosso horizonte histórico. Incapaz, inclusive, de competir com as milícias, cuja competência está na disposição de não se prender, exclusivamente, a um único nicho de mercado, comercializando apenas drogas –mas as incluindo em sua carteira de negócios, quando conveniente. O modelo do tráfico armado, sustentado em domínio territorial, é atrasado, pesado, anti-econômico: custa muito caro manter um exército, recrutar neófitos, armá-los (nada disso é necessário às milícias, posto que seus membros são policiais), mantê-los unidos e disciplinados, enfrentando revezes de todo tipo e ataques por todos os lados, vendo-se forçados a dividir ganhos com a banda podre da polícia (que atua nas milícias) e, eventualmente, com os líderes e aliados da facção. É excessivamente custoso impor-se sobre um território e uma população, sobretudo na medida que os jovens mais vulneráveis ao recrutamento comecem a vislumbrar e encontrar alternativas. Não só o velho modelo é caro, como pode ser substituído com vantagens por outro muito mais rentável e menos arriscado, adotado nos países democráticos mais avançados: a venda por delivery ou em dinâmica varejista nômade, clandestina, discreta, desarmada e pacífica. Em outras palavras, é melhor, mais fácil e lucrativo praticar o negócio das drogas ilícitas como se fosse contrabando ou pirataria do que fazer a guerra. Convenhamos, também é muito menos danoso para a sociedade, por óbvio.
(c) O Exército deveria participar?
Fazendo o trabalho policial, não, pois não existe para isso, não é treinado para isso, nem está equipado para isso. Mas deve, sim, participar. A começar cumprindo sua função de controlar os fluxos das armas no país. Isso resolveria o maior dos problemas: as armas ilegais passando, tranquilamente, de mão em mão, com as benções, a mediação e o estímulo da banda podre das polícias.
E não só o Exército. Também a Marinha, formando uma Guarda Costeira com foco no controle de armas transportadas como cargas clandestinas ou despejadas na baía e nos portos. Assim como a Aeronáutica, identificando e destruindo pistas de pouso clandestinas, controlando o espaço aéreo e apoiando a PF na fiscalização das cargas nos aeroportos.
(d) A imagem internacional do Rio foi maculada? Claro. Mais uma vez.
(e) Conseguiremos realizar com êxito a Copa e as Olimpíadas?
Sem dúvida. Somos ótimos em eventos. Nesses momentos, aparece dinheiro, surge o “espírito cooperativo”, ações racionais e planejadas impõem-se. Nosso calcanhar de Aquiles é a rotina. Copa e Olimpíadas serão um sucesso. O problema é o dia a dia.
Palavras Finais
Traficantes se rebelam e a cidade vai à lona. Encena-se um drama sangrento, mas ultrapassado. O canto de cisne do tráfico era esperado. Haverá outros momentos análogos, no futuro, mas a tendência declinante é inarredável. E não porque existem as UPPs, mas porque correspondem a um modelo insustentável, economicamente, assim como social e politicamente. As UPPs, vale dizer mais uma vez, são um ótimo programa, que reedita com mais apoio político e fôlego administrativo o programa “Mutirões pela Paz”, que implantei com uma equipe em 1999, e que acabou soterrado pela política com “p” minúsculo, quando fui exonerado, em 2000, ainda que tenha sido ressuscitado, graças à liderança e à competência raras do ten.cel. Carballo Blanco, com o título GPAE, como reação à derrocada que se seguiu à minha saída do governo. A despeito de suas virtudes, valorizadas pela presença de Ricardo Henriques na secretaria estadual de assistência social –um dos melhores gestores do país–, elas não terão futuro se as polícias não forem profundamente transformadas. Afinal, para tornarem-se política pública terão de incluir duas qualidades indispensáveis: escala e sustentatibilidade, ou seja, terão de ser assumidas, na esfera da segurança, pela PM. Contudo, entregar as UPPs à condução da PM seria condená-las à liquidação, dada a degradação institucional já referida.
O tráfico que ora perde poder e capacidade de reprodução só se impôs, no Rio, no modelo territorializado e sedentário em que se estabeleceu, porque sempre contou com a sociedade da polícia, vale reiterar. Quando o tráfico de drogas no modelo territorializado atinge seu ponto histórico de inflexão e começa, gradualmente, a bater em retirada, seus sócios –as bandas podres das polícias– prosseguem fortes, firmes, empreendedores, politicamente ambiciosos, economicamente vorazes, prontos a fixar as bandeiras milicianas de sua hegemonia.
Discutindo a crise, a mídia reproduz o mito da polaridade polícia versus tráfico, perdendo o foco, ignorando o decisivo: como, quem, em que termos e por que meios se fará a reforma radical das polícias, no Rio, para que estas deixem de ser incubadoras de milícias, máfias, tráfico de armas e drogas, crime violento, brutalidade, corrupção? Como se refundarão as instituições policiais para que os bons profissionais sejam, afinal, valorizados e qualificados? Como serão transformadas as polícias, para que deixem de ser reativas, ingovernáveis, ineficientes na prevenção e na investigação?
As polícias são instituições absolutamente fundamentais para o Estado democrático de direito. Cumpre-lhes garantir, na prática, os direitos e as liberdades estipulados na Constituição. Sobretudo, cumpre-lhes proteger a vida e a estabilidade das expectativas positivas relativamente à sociabilidade cooperativa e à vigência da legalidade e da justiça. A despeito de sua importância, essas instituições não foram alcançadas em profundidade pelo processo de transição democrática, nem se modernizaram, adaptando-se às exigências da complexa sociedade brasileira contemporânea. O modelo policial foi herdado da ditadura. Ele servia à defesa do Estado autoritário e era funcional ao contexto marcado pelo arbítrio. Não serve à defesa da cidadania. A estrutura organizacional de ambas as polícias impede a gestão racional e a integração, tornando o controle impraticável e a avaliação, seguida por um monitoramento corretivo, inviável. Ineptas para identificar erros, as polícias condenam-se a repeti-los. Elas são rígidas onde teriam de ser plásticas, flexíveis e descentralizadas; e são frouxas e anárquicas, onde deveriam ser rigorosas. Cada uma delas, a PM e a Polícia Civil, são duas instituições: oficiais e não-oficiais; delegados e não-delegados.
E nesse quadro, a PEC-300 é varrida do mapa no Congresso pelos governadores, que pagam aos policiais salários insuficientes, empurrando-os ao segundo emprego na segurança privada informal e ilegal.
Uma das fontes da degradação institucional das polícias é o que denomino “gato orçamentário”, esse casamento perverso entre o Estado e a ilegalidade: para evitar o colapso do orçamento público na área de segurança, as autoridades toleram o bico dos policiais em segurança privada. Ao fazê-lo, deixam de fiscalizar dinâmicas benignas (em termos, pois sempre há graves problemas daí decorrentes), nas quais policiais honestos apenas buscam sobreviver dignamente, apesar da ilegalidade de seu segundo emprego, mas também dinâmicas malignas: aquelas em que policiais corruptos provocam a insegurança para vender segurança; unem-se como pistoleiros a soldo em grupos de extermínio; e, no limite, organizam-se como máfias ou milícias, dominando pelo terror populações e territórios. Ou se resolve esse gargalo (pagando o suficiente e fiscalizando a segurança privada /banindo a informal e ilegal; ou legalizando e disciplinando, e fiscalizando o bico), ou não faz sentido buscar aprimorar as polícias.
O Jornal Nacional, nesta quinta, 25 de novembro, definiu o caos no Rio de Janeiro, salpicado de cenas de guerra e morte, pânico e desespero, como um dia histórico de vitória: o dia em que as polícias ocuparam a Vila Cruzeiro. Ou eu sofri um súbito apagão mental e me tornei um idiota contumaz e incorrigível ou os editores do JN sentiram-se autorizados a tratar milhões de telespectadores como contumazes e incorrigíveis idiotas.
Ou se começa a falar sério e levar a sério a tragédia da insegurança pública no Brasil, ou será pelo menos mais digno furtar-se a fazer coro à farsa

Mostra coletiva de gravura – Obras do Acervo + artistas convidados





Mostra coletiva de gravura   Obras do Acervo + artistas convidados  >
  Abertura sábado 4 de dezembro à partir das 16h
  Até 23 de dezembro

O Estudio Dezenove encerra o ano de 2010 com uma exposição dedicada especialmente à gravura reunindo obras de artistas de diversas gerações. Xilogravuras, Litografias, Gravuras em Metal e Serigrafias terão preços especiais para venda com parcelamento em até três vezes. O espaço estará aberto nos sábados 11 e 18 de dezembro das 15 às 20hs, nos demais dias visitas com marcação prévia.


Alexandra Morizot Alexandre Alves Alex Nery Armando Barbosa Ana Luísa Flores Ana Prado Alexandre Legg Bárbara Sotério Bia Sasso Chimenia Sczesny  Daniele Meireles Diô Viana Emmanoel Araújo Fernanda Costa Gian Shimada Iberê Camargo Iuri Casaes Jade Mascarenhas João Moura Julia Jacobina Julio Castro Julio Ferretti Kazuo Iha Luana Xavier Luiza Cascon  Luiza Stavale Luis Trimano Magliani Marcelo Oliveira Marco Forgiarini Marcos Varela Maria Tomás Matheus Grimião Paula Erber Paulo Jorge Gonçalves Pedro Sánchez  Rafael Dantas Rafael Kuwer Rizza Conde Roberto Tavares Robnei Bonifácio Ronaldo Miranda  Sandra Portto Sergio Viveiros Vanessa Lopo
>>>  Intervenção do Coletivo Gráfico no balcão do bar

Call for Submissions!

[Awkward]:
Clumsily or unskillfully performed
Marked by or causing embarrassment or discomfort
Requiring great tact, ingenuity, skill, and discretion.
Sex can be awkward. Even women who feel sexually confident and powerful have at least one awkward sexual tale to tell. But what makes sex awkward? How does awkward sex make us feel? How do we deal with that awkwardness?
We’re looking for personal essays and artwork from women (meaning gals, ladies, women, woman-identified, genderqueer) of all sexualities about awkward first times, casual encounters, sexual relationships, sexual experiments, etc. that address these questions (and/or others).
Essays should be no more than 3 pages long, written in a conversational tone, and identifying details about people should be changed to protect their privacy. Visual work should be suitable for black and white printing (and in jpg format). The final compilation will be published as a booklet or ‘zine, depending on the volume of submissions.
Send your work and questions to awkwardsexzine@gmail.com, along with the name you’d like to appear with your work (feel free to use a pseudonym), your age, and location (city, state, and/or country).
Deadline: December 15, 2010

http://awkwardsexzine.wordpress.com/

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

HISTÓRIA DA PISTA!

VERMELHO FEIRA GRAFICA



Galeria Vermelho: TIJUANA Feira de Arte Impressa! Terá Elvis Almeida, Roberto Hollanda, Rafael Adorjan entre outros!!! EM SP! Participem!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

CITZEN CARTOON: CARTUNS SOBRE A CIDADE


 

سازمان فرهنگی هنری شهرداری تبریز برگزار می کند:

موضوع :
شهر و شهروندی

با محوریت :
  • ترافیک ( راست گرد ، تجاوز به حریم تقاطع ، کمربند ایمنی ، سرعت غیرمجاز ، صحبت با موبایل ، حقوق عابرین پیاده ، خودروی تک سرنشین )
  • روابط اجتماعی ( احترام متقابل ، حقوق متقابل خانواده ، قدرت لبخند ، عذرخواهی ، رعایت حقوق دیگران )
  • آپارتمان نشینی ( حقوق همسایه ، آداب آپارتمان نشینی ، مشارکت عمومی )
  • فضای سبز و پارکها ( فضای سبز خانه و شهر ، مراقبت از فضای سبز ، چمن ، نظافت و بهداشت شهر )
  • عدم تخریب اموال ( وسایل بازی پارکها ، کیوسک تلفن ، اتوبوس )
  • زباله ( تحویل به موقع – کنترل شیرابه – محل مناسب – پرتاب زباله از خودرو به خیابان )
  • آلودگی صوتی و تصویری شهر
  • مسئولیت پذیری شهروندان
  • سد معبر
شرایط :
  • آثار فقط با موضوعات ارائه شده باید اجرا گردد.
  • تعداد آثار ارسالی : حداکثر 5 اثر
  • آثار باید در اندازه A4 یا A3 باشد .
  • آثار می تواند از طریق ایمیل نیز ارسال گردد ( فرمت JPG و 300 DPI
  • در ایمیل ارسالی نام و نام خانوادگی ، آدرس ، تاریخ تولد و شماره تلفن ذکر گردد.
  • آثاری که از طریق پست ارسال می گردد ، اصل اثر یا پرینت به همراه سی دی ( 300DPI-JPG ) ارسال شود .
  • پشت آثار نام و نام خانوادگی ، آدرس و تلفن ذکر گردد .
  • آثار می تواند در جشنواره دیگری جایزه گرفته باشد .
جوایز:
جایزه اول : هزار دلار + دیپلم افتخار + تندیس جشنواره
جایزه دوم : 500 دلار + دیپلم افتخار + تندیس جشنواره
جایزه سوم : 250 دلار + دیپلم افتخار + تندیس جشنواره
پنج نفر برگزیده : دیپلم افتخار + تندیس جشنواره

آخرین مهلت ارسال آثار:
30 بهمن ماه 1389

نشانی ارسال آثار:
تبریز – باغ گلستان – روبروی هنرستان وحدت – کتابخانه ملی سابق – موزه کاریکاتور آذربایجان
کدپستی : 13117-51396 - تلفن : 2843094-0411 
 
citizencartoon@citizencartoon.com
tabrizcartoons@tabrizcartoons.com
http://www.citizencartoon.com

The first International City and citizen Cartoon Contest
Tabriz-2011

Rules:
We address to all the professional and amateur cartoonists regardless
their age from all over the world.
Theme: City & citizen
For example: Traffic, Apartment living culture, Citizen right
Air pollution, neighbor right, city imagine pollution ,
Irregular city constructions
Garbage Repelling, Destruction of traditional shape of the cities

 
Regulations:
-The number of sent cartoons is 5.
please write your surname and first name, address,
e-mail address, a photo
-All participants that their works enter in exhibition will receive the catalogue of the contest
-Sent works should be in 300dpi with 1500 pixel width or length
and jpg format
Sent works could be published or won in a contest before.

 
prizes :
- First Prize: $1000, Honorable Mention and Trophy.
-Second Prize: $ 500, Honorable Mention and Trophy.
-Third Prize: $ 250, Honorable Mention and Trophy.
 -5 Honorable Mentions
The cartoons must be sent at the e-mail address: 

citizencartoon@citizencartoon.com
tabrizcartoons@tabrizcartoons.com
http://www.citizencartoon.com

and by post:
Address: Tabriz Cartoonists Association, Azerbaijan Cartoon Museum, Former Tabriz Estate Library, Golestan Garden, Tabriz, Iran
Deadline:19 Feb 2011
 
 Tel: (+98 411)2843094
Holding by Tabriz municipality culture and art organization

 




domingo, 21 de novembro de 2010

sábado, 20 de novembro de 2010

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

ANUÁRIO DE ZINES PRAZO FATAL: 28 DE NOVEMBRO DE 2010!

As pessoas por traz da UGRA são pessoas sérias! Ja estiveram envolvidos em vários sequestros e atos explosivos (culturamente falando).
Daí que voce tem até 28 de novembro de 2010 para mandar seu fanzine e qualquer publicação experimental para:
 Douglas Utescher
Caixa Postal 777
São Paulo SP
CEP: 01031-970.

tá aqui o site http://ugrapress.wordpress.com/anuario-de-fanzines/
e o fliquer: http://www.flickr.com/photos/ugrapress/ 
VÃO TRABALHAR ZINEIROS VAGABUNDOS! 

Paris Violence & SYmphonie Urbaine

terça-feira, 16 de novembro de 2010

MUSICA NO UNDERGROUND no CCBB Rio !


A música sempre contribuiu para transpor padrões e o moralismo social. Basta ver “Man Ooman": a dança que faz o funk carioca parecer brincadeira de criança é o tema desse documentário dos dinamarqueses Andreas Johnsen e Rasmus Poulsen que traz os conflitos da cultura conservadora jamaicana com o pulsante e sexual dancehall.  Já o encontro do punk rock com a tradicional China é o tema de “Beijing Punk" do australiano Shaun Jefford.
Fazer um filme sobre a vida em turnê e sua nova família que tem Devendra Banhart, Joanna Newsom e Kevin Barker como irmãos é tema de "The Family Jams". Já em “Low, You May Need A Murderer” traz a dupla norte-americana Low, que há anos está na estrada e que agora busca uma vida comum, mas cujo som e poesia continuam por demais desconcertantes. E “Heima” um filme esteticamente impecável para quem é fã de carteirinha da banda Sigur Rós.
E o que seria o pós-rock? O documentário “Introspectivo”, de Aram Garriga, vai atrás de uma possível explicação e traz Sonic Youth, Yo La Tengo e Jeff Twedy (da banda Wilco). A música japonesa experimental, rara e sofisticada, realizada por personagens totalmente outsiders, fora dos padrões, é o tema de  "Nós não ligamos mesmo para Música". Os músicos solitários, que só dependem de si mesmos para fazer seu som, estão no filme inglês “Uma Banda de um Homem Só”.

16 NOV |terça17:30CCBB 2Beijing punk

19:30CCBB 2THE FAMILY JAMS
17 NOV | Quarta17:30CCBB 2CÓPIA ORIGINAL CÓPIA PIRATA

19:30CCBB 2I need that record! The death (or possible survival) of the independent record store
18 NOV |Quinta16:00CCBB 2NÓS NÃO LIGAMOS MESMO PARA MÚSICA

17:30CCBB 2MAN OOMAN

19:30CCBB 2Introspectivo
19 NOV |Sexta16:00CCBB 2Low, you may need a murderer

20:00CCBB 2Sigur Rós - Em casa
20 NOV |Sábado15:30CCBB 2Uma banda de um homem só

17:30CCBB 2NÓS NÃO LIGAMOS MESMO PARA MÚSICA

19:30CCBB 2CÓPIA ORIGINAL CÓPIA PIRATA
21 NOV | Domingo 15:30CCBB 2I need that record! The death (or possible survival) of the independent record store

17:30CCBB 2MAN OOMAN

19:30CCBB 2Beijing punk


INFORMAÇÕES

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CINEMA

» Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Primeiro de Março, 66
Centro - Rio de Janeiro / RJ
CEP 20010-000

INGRESSOS

CINEPASSE - R$ 10 e R$ 5 (meia), válido por 30 dias, para acesso às mostras de cinema, por meio de senhas. As senhas deverão ser retiradas 30 minutos antes decada sessão, de terça a domingo, das 9h às 21h.

Sobre o Documentário Sobre o punk Chinês:

Sinopse

O que acontece quando 1,3 bilhão de chineses descobrem o fenômeno punk? Um documentário que explora o submundo dos rebeldes e expõe as fissuras da China conformista. Durante as Olimpíadas de 2008, uma pequena equipe de filmagem seguiu um grupo de punks e (um novo conceito de) skinheads através desse mundo subterrâneo da música punk e da contracultura. Em meio à apatia do público e à vigilância cerrada do Estado, o punk é algo que não deveria existir na China. A cena musical alternativa punk em Beijing gira em torno de um clube: o D-22. As bandas apresentadas no filme incluem Demerit e o vocalista "Spike"; o skinhead chinês Leijun e sua banda Misandao; P.K.-14, a banda punk de rapazes pensantes e, finalmente, Hedgehog, e sua minúscula baterista Atom.
Roteiro Shaun Jefford
Fotografia Alexandre Kyriakidis
som N/D
Edição Shaun Jefford, Alex Meillier
Música Demerit, Misandao, P.K.-14
Elenco Liu Bao, Xu Bo, Nevin Domer, Shi Xu Dong, Brian Hardgroove

PANDORA PRESS


A interview with Mr. Sirk publisher from Pandora Press Books:

Where do you live in Australia?

Sydney.

Do you have some relationship with music include rock n roll? If yes, what kind of music do you like or have influence on you?

I like punk/hard rock - Sex Pistols, Ramones, Therapy?, New Christs, etc.

And about films what do you like?

Horror films, film noir and of course porn.

Comics and graphic novels have space in your room?

Not superhero comics, but artists like Robert Crumb, Dan Clowes, Peter Bagge, Julie Doucet.

When do you have contact with fanzines and why start a fanzine about porn? Did you made it before?

I've always like zines and there's a lot in Australia. I thought I should do a zine about two of the things I love most - sex and porn. I'm surprised there aren't more sex zines.

What do you think about the so called “altporn”? Richard Kern, Katrina Del mar and Eric Kroll was forgoted?

I like them a lot, especially Kern. He really has an eye for a beautiful girl. Someone gave me a bootleg video of his film Fingered years ago and I was amazed by it - I couldn't believe I waas watching Lydia Lunch getting fucked. I recently bought some of his DVDs.

What do you think about: Ménage 2 males 1 female/Ménage 2 females 1 male/Swing/Gangbang

One of the reasons I got together with my wife was that I knew she was bisexual and had threesomes with her boyfriend before me. The first threesome we had was with a redhaired girl named Cheryl. She had lovely little tits and a sweet pussy. We took her to bed and it felt great to fuck her as my wife watched. Then I watched as they rubbed each others cunts and made each other cum. I describe it in more detail in my zine 'Redheads I Have Known'. Another time we took my wife's boss, a pretty, big-breasted sex maniac named Lisa, to bed with us. We had great fun playing with her tits.
  We haven't had a threesome with another guy yet, though I wouldn't mind watching my wife getting fucked by another man. We've both had affairs since we've been together and I don't mind who she fucks. I haven't been involved in a gangbang but would love to if invited. I like gangbang DVDs. I especially like to see a girl with two cocks in her mouth at once.

BBW

I'm not really into big girls though I did fuck a fat girl named Dani a few times - her tits were enormous! She was another girl who ended up in bed with my wife and me. I'll write about it in a future issue of Pornotopia.

Pregnant Girls:

Pregnant girls are hot and I'd love to fuck one. One of my fantasies that I haven't fulfilled yet is to taste breast milk.

Do you have some political view?

Basically left wing.

Talk about your fanzine Pornotopia? Do you accept contributions?

Yes, I love receiving contributions.

With your fanzine did you want give some contribution for discussions into a more open sexuality or are you just a perv?
Talk about Pandora press.

Well, it's mainly because I'm a pervert, and I like to share my sexual experiences and photos with strangers. But I suppose I am trying to promote a more honest view of sex. Sex is good - all sex is good as long as there's consent. And the human body is beautiful and there's nothing wrong with nudity and hardcore porn.
 
I discovered porn early in life and have enjoyed it so much it feels good to make it so that others can get turned on by it.

Do you know something about Brazil? Art, fanzines or rock roll? We have elephants on the streets !

I don't know that much about Brazil, apart from you have a lot of hot girls. I've never heard any Brazillian bands.
 
One thing I don't like is the pubic shaving style called 'Brazillian' (I suppose you don't use that word there!) I think a pussy should be hairy or shaved, not in between.
 
You have elephants in the streets?

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

SIMBOLISMO



Xavier Mellery (1845 - 1921)

 
Odilon Redon (1840 - 1916)

UNPOP ART








segunda-feira, 8 de novembro de 2010

MOSTRA ANGU À FRANCESA DE FILMES NUTRITIVOS

 
 
com realização do SESC RIO

idealização do Cineclube Mate com Angu

e produção da Terreiro de Idéias: Arte, Comunicação, Cultura

de 18 a 24 de novembro vai rolar a

MOSTRA ANGU À FRANCESA DE FILMES NUTRITIVOS

um intercâmbio na veia! com: 

filmes, debates, oficinas, intervenções artísticas, festas, diretores franceses!

diálogos entre Paris e Caxias através do cinema!


no SESC DUQUE DE CAXIAS, com entrada franca. 
participe!!



vai lá e saiba mais -> www.mostraanguafrancesa.com.br



--
Fabíola Trinca
Mostra Angu à Francesa de Filmes Nutritivos
+ 55 21 99 95 31 02
+ 55 21 78 26 22 09 ID 24*15651 (NOVO)
skype: fabiola.trinca