sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
Tarantino é isso: uma contemplação para entender (ou desencanar) Django livre.
Tarantino é isso: Poucas salas na cidade em que
seu filme esta sendo exibido, ainda assim com pouco publico, mesmo sendo este
grande diretor hoje gozando de certo status
pop. Suas excentricidades já não causam mais espanto. Então porque ainda
causa tanto frizon quando seus filmes são lançados?
É
porque Tarantino é como os outros ídolos de nossa adolescência que nunca
abandonam seus princípios. Princípios estes que não estão numa mera permanência
de idéias, mas numa sincera autenticidade ( e principalmente) espontaneidade.
Isso
não tem nada a ver com comodismo. Ele não é desses medalhões de Hollywood que
assim como os consagrados jogadores de futebol vivem de nome. Mesmo assim continua
sendo um experimentalista como o próprio tempo em que vive exige. Ele segue o
fluxo sem se corromper. E melhor: aproveitando-se do sistema hollywoodiano, tem
feito filmes que sempre sonhou um dia fazer quando ainda era um cinéfilo
adolescente em processo de povoamento de todo o seu imaginário como referencial
vindouro. Por isso ainda (e será sempre) um dos grandes nomes do nosso cinema
contemporâneo e ad infinitum.
Interpretações
memoráveis já colocam este filme como um dos maiores filmes, senão, o maior de
Tarantino. E sendo o maior desse diretor, já faz parte dos maiores filmes
produzidos até hoje. É uma pena que tal opinião desse humilde cronista é
minoria. Tarantino ainda é entendido por poucos. Admirado como cool para uma minoria. Não é a toa que
seus filmes são tão difíceis de achar nas salas de exibições (e principalmente nos
shoppings centers) suburbanos.
Culpa
do publico suburbano? Não acho. Por que teríamos que questionar também se
realmente este grande diretor é realmente entendido por esse publico que o
considera tão cool. Para você leitor,
basta um pingo para entender o que quer dizer “cool” em nossa terra tupiniquim livre de qualquer tradução
estrangeira. A verdade é que seus filmes fazem parte de um publico que
realmente o entende: o publico que o conhece desde seus primeiros filmes.
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Quanto
às interpretações mencionadas acima, meu troféu “brincô” vai para Leonardo
DiCaprio (Calvin Candie.
Sinhozinho da Casagrande. Megalômano e afetado.). Primeiro porque conseguiu
roubar a cena de nomes “cascudos” como Christoph
Waltz (no papel do educado psicótico caçador de recompensas, o alemão Dr. King Schultz que devido a sua
memorável interpretação seria preterido ao troféu “brincô”), Walton Goggins (Billy Crash), Jamie Foxx (no papel título Django “livre”), Kerry Washington (Broomhilda – Esta atriz já é conhecida
nossa como Alicia Masters, a namorada
do Coisa na franquia Quarteto Fantástico e já merece um papel
de melhor destaque em Hollywood. Não a toa indicada para trabalhar com
Tarantino.) e Samuel L. Jackson (Stephen
- um escravo da Casagrande que goza de privilégios por servir gerações da família
do sinhozinho Calvin Candie . deixo aqui em aberto uma análise especial a este
personagem quanto estudo de comportamentos raciais e o estranho relacionamento
com o sinhozinho, e a parte, o sinhozinho com alguns outros personagens da
Casagrande). O fato de ter citado o nome de Samuel
por ultimo não significa ordem de importância. É porque não o coloco nesta “competição”.
Ele ganha de mim o troféu “único” (por
falta de adjetivo melhor). Dado a poucos pelo simples fato de se tratar de Samuel
L. Jackson. Na mesma categoria que eu colocaria atores únicos como Al
Pacino, Robert De Niro etc... não preciso me prolongar muito, né!?
Voltando
a Leonardo de Caprio e seu
personagem, considero justo o troféu, além dos óbvios motivos acima descritos,
um em especial e que me respaldo em uma declaração do próprio Tarantino. DiCaprio já vem trabalhando duro e tem
eu seu currículo filmes suficientemente sólidos para abandonar de vez seu estigma
de ator “Doryan Gray” em filmes como Romeu
e Julieta e Titanic. E por isso durante o set sempre procurou se
informar com o diretor sobre o andamento de seu personagem numa busca de perfeição
as expectativas de Tarantino. Desde Gangues de Nova York de Martin
Scorsese, Di Caprio abandonou seu estigma. Seu retrato pintado fora destruído.
Bem parecido com um outro ator que também merece meu respeito e que por superar
seu rostinho bonito e criticas bem mais sérias como ter dificuldades de
apreender falas (mas isso é claro uma idiotice maldosa e infundada). Prefiro
apenas mencionar seu segundo nome... Cruise.
Django
livre é uma odisséia dantesca de western. A personagem titulo é como o próprio Dante
Aligiheri que juntamente com seu poeta Virgilio (Dr. King Schultz) caminham
pelo inferno racial de uma America moldada por homens grosseiros e de alma
bárbara. Em busca da adorada Beatriz (Broomhilda). Para nós expectadores, ganhamos um brinde: o
aparecimento do deus Tarantino (não tão bem em seu papel
de mercador de escravos, mas precisa?) que assim como as aparições de Stan
Lee nas franquias cinematográficas da Marvel, enche nossos
olhos de lágrimas e nos fazem balbuciar uma vez mais: “Obrigado, obrigado!”
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