sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Tarantino é isso: uma contemplação para entender (ou desencanar) Django livre.




Tarantino é isso: Poucas salas na cidade em que seu filme esta sendo exibido, ainda assim com pouco publico, mesmo sendo este grande diretor hoje gozando de certo status pop. Suas excentricidades já não causam mais espanto. Então porque ainda causa tanto frizon quando seus filmes são lançados?
                É porque Tarantino é como os outros ídolos de nossa adolescência que nunca abandonam seus princípios. Princípios estes que não estão numa mera permanência de idéias, mas numa sincera autenticidade ( e principalmente) espontaneidade.  

                Isso não tem nada a ver com comodismo. Ele não é desses medalhões de Hollywood que assim como os consagrados jogadores de futebol vivem de nome. Mesmo assim continua sendo um experimentalista como o próprio tempo em que vive exige. Ele segue o fluxo sem se corromper. E melhor: aproveitando-se do sistema hollywoodiano, tem feito filmes que sempre sonhou um dia fazer quando ainda era um cinéfilo adolescente em processo de povoamento de todo o seu imaginário como referencial vindouro. Por isso ainda (e será sempre) um dos grandes nomes do nosso cinema contemporâneo e ad infinitum

                Interpretações memoráveis já colocam este filme como um dos maiores filmes, senão, o maior de Tarantino. E sendo o maior desse diretor, já faz parte dos maiores filmes produzidos até hoje. É uma pena que tal opinião desse humilde cronista é minoria. Tarantino ainda é entendido por poucos. Admirado como cool para uma minoria. Não é a toa que seus filmes são tão difíceis de achar nas salas de exibições (e principalmente nos shoppings centers) suburbanos. 

                Culpa do publico suburbano? Não acho. Por que teríamos que questionar também se realmente este grande diretor é realmente entendido por esse publico que o considera tão cool. Para você leitor, basta um pingo para entender o que quer dizer “cool” em nossa terra tupiniquim livre de qualquer tradução estrangeira. A verdade é que seus filmes fazem parte de um publico que realmente o entende: o publico que o conhece desde seus primeiros filmes.
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Quanto às interpretações mencionadas acima, meu troféu “brincô” vai para Leonardo DiCaprio (Calvin Candie. Sinhozinho da Casagrande. Megalômano e afetado.). Primeiro porque conseguiu roubar a cena de nomes “cascudos” como  Christoph Waltz (no papel do educado psicótico caçador de recompensas, o alemão Dr. King Schultz que devido a sua memorável interpretação seria preterido ao troféu “brincô”),  Walton Goggins (Billy Crash), Jamie Foxx (no papel título Django “livre”),  Kerry Washington (Broomhilda – Esta atriz já é conhecida nossa como Alicia Masters, a namorada do Coisa na franquia Quarteto Fantástico e já merece um papel de melhor destaque em Hollywood. Não a toa indicada para trabalhar com Tarantino.) e Samuel L. Jackson   (Stephen - um escravo da Casagrande que goza de privilégios por servir gerações da família do sinhozinho Calvin Candie . deixo aqui em aberto uma análise especial a este personagem quanto estudo de comportamentos raciais e o estranho relacionamento com o sinhozinho, e a parte, o sinhozinho com alguns outros personagens da Casagrande). O fato de ter citado o nome de Samuel por ultimo não significa ordem de importância. É porque não o coloco nesta “competição”. Ele  ganha de mim o troféu “único” (por falta de adjetivo melhor). Dado a poucos pelo simples fato de se tratar de Samuel L. Jackson. Na mesma categoria que eu colocaria atores únicos como Al Pacino, Robert De Niro etc... não preciso me prolongar muito, né!?
                Voltando a Leonardo de Caprio e seu personagem, considero justo o troféu, além dos óbvios motivos acima descritos, um em especial e que me respaldo em uma declaração do próprio Tarantino. DiCaprio já vem trabalhando duro e tem eu seu currículo filmes suficientemente sólidos para abandonar de vez seu estigma de ator “Doryan Gray” em filmes como Romeu e Julieta e Titanic. E por isso durante o set sempre procurou se informar com o diretor sobre o andamento de seu personagem numa busca de perfeição as expectativas de Tarantino. Desde Gangues de Nova York de Martin Scorsese, Di Caprio abandonou seu estigma. Seu retrato pintado fora destruído. Bem parecido com um outro ator que também merece meu respeito e que por superar seu rostinho bonito e criticas bem mais sérias como ter dificuldades de apreender falas (mas isso é claro uma idiotice maldosa e infundada). Prefiro apenas mencionar seu segundo nome... Cruise. 

               Django livre é uma odisséia dantesca de western. A personagem titulo é como o próprio Dante Aligiheri que juntamente com seu poeta Virgilio (Dr. King Schultz) caminham pelo inferno racial de uma America moldada por homens grosseiros e de alma bárbara. Em busca da adorada Beatriz (Broomhilda). Para nós expectadores, ganhamos um brinde: o aparecimento do deus Tarantino (não tão bem em seu papel de mercador de escravos, mas precisa?) que assim como as aparições de Stan Lee nas franquias cinematográficas da Marvel, enche nossos olhos de lágrimas e nos fazem balbuciar uma vez mais: “Obrigado, obrigado!”














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