segunda-feira, 11 de maio de 2015

FARNESE: ARQUEOLOGIA EXISTÊNCIAL - Caixa Cultural São Paulo.



CAIXA CULTURAL SP FAZ UM RESGATE DA OBRA DE FARNESE DE ANDRADE.

Mostra apresenta um conjunto de assemblages e objetos do artista mineiro, um dos ícones da arte brasileira.

A CAIXA Cultural São Paulo inaugura sábado, dia 16/05 às 11h, a exposição “Farnese de Andrade – Arqueologia Existencial”. Com curadoria de Marcus de Lontra Costa, a mostra apresenta um conjunto de obras pertencentes a coleções particulares e dos herdeiros do artista, mapeando sua produção ao longo dos anos 1970, 1980 e 1990. A exposição apresenta a linguagem única e singular do artista, de forma a mostrar sua personalidade e trajetória fundida com as fases de sua obra. Com entrada franca e patrocínio da Caixa Econômica Federal, a mostra fica em cartaz até o dia 12 de julho de 2015, de terça-feira a domingo, das 9h às 19h.

Farnese de Andrade foi um artista múltiplo, cuja produção, vida e arte se enlaçam de maneira inseparável dando origem a uma obra densa, de caráter fortemente autoral.  Começou sua carreira como desenhista e gravador e, a partir de 1964, cria objetos ou assemblages com cabeças e corpos de bonecas, santos de gesso e plásticos, todos corroídos pelo mar, coletados nas praias e nos aterros. Passa a comprar materiais como redomas de vidro, armários, oratórios, nichos, caixas e imagens religiosas em lojas de objetos usados, de antiguidades e depósitos de demolição. Utiliza com freqüência velhos retratos de família e postais, e começa a realizar trabalhos com resina de poliéster, sendo considerado um pioneiro da técnica no Brasil.

Apontado como dono de uma personalidade difícil e de um trabalho marcadamente auto-biográfico, Farnese revelou nas obras sua densa trajetória pelas memórias de infância, do pai, da mãe, dos irmãos, da sagrada família mineira e de sua fase oceânica, além de um certo aspecto libertário e transgressor, a partir de sua mudança para o Rio de Janeiro.

Enclausurado na própria solidão, expressou principalmente o embate dos seus medos, dores, tristezas, rancores, complexos, perdas, depressões, recalques, pânicos, relações, fetiches, libidos, euforias e alguma alegria. A poética de Farnese de Andrade, pautada no inconsciente, contrasta com as de outras tendências do período, como as da arte construtiva e concreta. Construiu assim, uma obra na qual o lirismo oscila do concreto ao abstrato e o bruto consegue ser gentil.

Praticamente esquecido nas ultimas décadas, Farnese foi regularmente premiado de 1962 a 1970, como no Salão Nacional de Arte Moderna de 1970 - Prêmio de viagem ao exterior, e mais recentemente em 1993 - Prêmio Roquette Pinto de Os Melhores de 1992, pela exposição “Objetos”.

Farnese é um dos mais valorizados artistas brasileiros e tem obras nas maiores coleções particulares e museus do Brasil e do mundo, como: Coleção de Arte Latino-Americana da Universidade de Essex - Inglaterra, Instituto de Arte Contemporânea de Londres, MAC Niterói - RJ, Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), MAM RJ, Museu Nacional de Belas Artes, MAM SP, etc. Com uma produção ininterrupta participou de diversas Bienais internacionais e nacionais e suas obras hoje são disputadas entre grandes colecionadores, figurando na rara constelação dos artistas plásticos mais valorizados da arte brasileira.

Farnese de Andrade contribuiu de forma decisiva para a história da arte brasileira e agrega valores internacionais na construção das questões vanguardistas do século XX. Considerado um dos mais expressivos artistas de sua geração, a exposição propõe o resgate de sua memória através de uma mostra abrangente, de qualidade relevante e propriedades curatorias únicas.

A produção da mostra está a cargo de Anderson Eleotério e Izabel Ferreira – ADUPLA Produção Cultural, que vem realizando importantes exposições itinerantes pelo Brasil, como: Athos Bulcão, Milton Dacosta, Raymundo Colares, Bandeira de Mello, Carlos Scliar, Debret, Aluísio Carvão, Mário Gruber, Manoel Santiago, Antonio Bandeira, Henri Matisse, etc. A concepção do projeto é de Anderson Eleotério, também design de montagem da mostra, que utiliza recursos de cor, som e iluminação para acentuar as características dos trabalhos a fim de proporcionar ao público um clima lúdico e intenso.

SOBRE O ARTISTA:

Farnese de Andrade (1926-1996):
Nascido em Araguary - MG, Farnese entrou em 1945 na Escola do Parque de Belo Horizonte, onde foi aluno de Guignard e contemporâneo de artistas como Amilcar de Castro, Mary Vieira e Mário Siléso. Mudando-se para o Rio de Janeiro em 1948 onde trabalhou como ilustrador para o suplemento literário dos jornais Diário de Notícias, Correio da Manhã e Jornal de Letras, e para as revistas Rio Magazine, Sombra, O Cruzeiro, Revista Branca e Manchete, entre 1950 e 1960. Em 1950 realiza a primeira exposição individual de seus desenhos. Em 1959 começou a freqüentar o ateliê de gravura do MAM RJ, onde estudou gravura em metal com Johnny Friedlaender e Rossini Perez. Produziu gravuras abstratas, trabalhando com formas regulares e cores fortes. Nas matrizes utiliza materiais encontrados nas praias, como pedaços de madeira cheios de sulcos. Em 1965, realiza a série de desenhos Eróticos e inicia os Obsessivos. Bolsista do governo brasileiro, viajou em 1970 para Barcelona. Sua volta em 1975 rendeu frutos e a fama de Farnese fortaleceu a paisagem artística brasileira. Mas não é por seu trabalho na gravura, sempre abstrato, nem como desenhista, seja abstrato ou figurativo, que ele é, hoje, conhecido e reconhecido, mas pela criação dos objetos chamados BoxForms, cuja matriz explodida e iconoclasta é o Barroco da sua infância. Oratórios, pedaços de madeira de igreja, ex-votos, etc. constituíram, até a sua morte, um mundo estranho, às vezes mórbido e com fortes referências eróticas. Resultado de uma infância secreta, a obra sempre onírica e poética dá força e senso a um trabalho sem igual.



Serviço:

Exposição “Farnese de Andrade - Arqueologia Existencial”
Local: CAIXA Cultural São Paulo – Galeria D. Pedro II e Florisbela
Endereço: Praça da Sé, 111 – Centro, São Paulo - SP
Abertura e visita guiada com o curador: dia 16 de maio de 2015 (sábado), às 11h
Visitação: de 16 de maio de 2015 a 12 de julho de 2015, de terça-feira a domingo, das 9h às 19h
Informações: (11) 3321-4400
Classificação indicativa: Livre
Entrada Franca
Acesso para pessoas com necessidades especiais
Patrocínio: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL


Assessoria de Imprensa da CAIXA Cultural São Paulo:
Pedro Chang
(11) 3549-6000
www.caixa.gov.br/imprensa | @imprensaCAIXA
www.facebook.com/CaixaCulturalSaoPaulo


Assessoria de Imprensa do Projeto Farnese de Andrade:
Adriana Monteiro |  Ofício das Letras
(11) 3021-9297 | (11) 3021-9216 | (11) 3022-2783

Nenhum comentário:

Postar um comentário