Em tempos de shows e videoclipes gravados em formato You
Tube, não tenho vergonha de dizer que venho de uma era pré-internet-Smartphone
(Na qual, também não tive dificuldades de me adaptar neste admirável mundo novo
em que vivemos hoje).
Mas como um bom velha guarda, não poderia deixar de sentir
falta de coisas que eram maravilhosas. Como o Álbum de musicas gravado nos
velhos vinis.
Álbum de músicas, grosso
modo, poderia ser entendido como coletivo de musicas gravado em um único
contexto e no objeto como vinis, fitas cassetes, etc. (se você não sabe o que é
Vinil e fita cassete pesquise na internet).
O contexto na qual me refiro é estético e conceitual. Músicos,
bandas e demais grupos musicais gravam (ou gravavam) um determinado numero de
musicas, mas que, ao se ouvir o álbum todo, tinha-se total experiência estética
como um todo. Como eram às operas de Wagner ou o Álbum The Wall do Pink Floyd.
Seria como ler um bom
livro, ver um álbum de fotos ou obra de artes ou até mesmo acompanhar uma peça
inteira de teatro. Você se sentava em seu sofá e simplesmente ouvia cada faixa
com deleite. Isto quando você não se entregava a embriaguez da musica.
Com a redução do vinil para o CD e posteriormente para o
MP3, os álbuns musicais se estilhaçaram. E hoje com as musicas “baixadas” ou
ouvidas em “on line”, tudo ficou resumido a uma miscelânea de musicas
descontextualizada cuja função é nos fazer fugir do silêncio enquanto cumprimos
tarefas chatas como trabalhos braçais, domésticos entre tantas outras.
Talvez você venha me dizer: “mas por que não baixar um álbum
inteiro em MP3?”. Em muitos casos, ao baixar estes álbuns, alguns leitores de
PCs, notebooks e até Smartphones acabam não fazendo a “leitura correta” de
sequencia das faixas quebrando assim e experiência de ouvi-los tal qual forma
gravados nos estúdios.
Na verdade esta minha reflexão talvez não vise a critica. O
tempo e costumes põem-se em movimento e isto é natural.
Mas acho que escrevo para compartilhar com aqueles que tiveram
esta experiência. E cumprimento àqueles que ainda o fazem.
Porque no mundo tão
corrido como este em que as tarefas são priorizadas e a ociosidade é vista como
uma má postura tem sido cada vez mais difícil penetrarmos no espaço-tempo da
musica e nos seus álbuns como nos velhos tempos.
Segue uma lista de Álbuns que, tanto tecnicamente quanto esteticamente,
embalaram meu espirito no passado e que hoje se encontram tatuados em meu
espirito... Para sempre:
Álbum: banda:
Closer Joy
Division (álbum bem gravado. Isto em 1976, ano em que eu nasci e vim a conhecer
e ser fã no fim dos anos 80. parece que foi feito ontem de tão bem gravado e
esteticamente belo)
Mask Bauhaus
Bloood Sugar a Sex Magik Red Hot Chilli Peppers (naquela época, ainda parecia com canções de
outras épocas)
Angel Dust Faith No
More (para mim o melhor trabalho da banda com Mike Patton cada vez melhor)
The Real
Thing Faith No More
Arise
Sepultura (Não precisava ser fã do estilo para reconhecer o quanto este álbum
é tecnicamente excelente e que me fez ouvi-lo durante muito tempo)
Chaos A.D.
Sepultura (idem ao anterior)
Roots
Sepultura (para mim a banda se superou ao trazer a musica indígena do
nosso território brasileiro para os metais do estilo)
Schubert
Dip
EMF
Stigma
EMF
In Utero
Nirvana (Gosto
do som garageiro e, sobretudo da tragédia que este álbum trouxe consigo.
Pesquise e descubra sobre o que eu quero dizer Foi assim que me tornei fã dessa
banda antes de me tornar fã do Joy Division).
Vulgar Display Of Power Pantera (na época, eu adorava este álbum
tão bem gravado e com músicas inovadoras para época. Mas agora, com a babaquice
de Phil Anselmo parece que o seu trabalho desintegrou-se tal qual como o quadro
de Doryan Gray).
Desintegration The Cure (Eu adorava ouvi-lo no dias de chuva)
First And
Last And Always The Sister of Mercy
Enfim
São tantos outros que nem caberiam aqui nesta lista.