sábado, 3 de setembro de 2016

Você se lembra do que foi um Álbum musical?



Em tempos de shows e videoclipes gravados em formato You Tube, não tenho vergonha de dizer que venho de uma era pré-internet-Smartphone (Na qual, também não tive dificuldades de me adaptar neste admirável mundo novo em que vivemos hoje).

Mas como um bom velha guarda, não poderia deixar de sentir falta de coisas que eram maravilhosas. Como o Álbum de musicas gravado nos velhos vinis.

Álbum de músicas, grosso modo, poderia ser entendido como coletivo de musicas gravado em um único contexto e no objeto como vinis, fitas cassetes, etc. (se você não sabe o que é Vinil e fita cassete pesquise na internet). 

O contexto na qual me refiro é estético e conceitual. Músicos, bandas e demais grupos musicais gravam (ou gravavam) um determinado numero de musicas, mas que, ao se ouvir o álbum todo, tinha-se total experiência estética como um todo. Como eram às operas de Wagner ou o Álbum The Wall do Pink Floyd.

 Seria como ler um bom livro, ver um álbum de fotos ou obra de artes ou até mesmo acompanhar uma peça inteira de teatro. Você se sentava em seu sofá e simplesmente ouvia cada faixa com deleite. Isto quando você não se entregava a embriaguez da musica.

Com a redução do vinil para o CD e posteriormente para o MP3, os álbuns musicais se estilhaçaram. E hoje com as musicas “baixadas” ou ouvidas em “on line”, tudo ficou resumido a uma miscelânea de musicas descontextualizada cuja função é nos fazer fugir do silêncio enquanto cumprimos tarefas chatas como trabalhos braçais, domésticos entre tantas outras.

Talvez você venha me dizer: “mas por que não baixar um álbum inteiro em MP3?”. Em muitos casos, ao baixar estes álbuns, alguns leitores de PCs, notebooks e até Smartphones acabam não fazendo a “leitura correta” de sequencia das faixas quebrando assim e experiência de ouvi-los tal qual forma gravados nos estúdios.

Na verdade esta minha reflexão talvez não vise a critica. O tempo e costumes põem-se em movimento e isto é natural.

Mas acho que escrevo para compartilhar com aqueles que tiveram esta experiência. E cumprimento àqueles que ainda o fazem.

 Porque no mundo tão corrido como este em que as tarefas são priorizadas e a ociosidade é vista como uma má postura tem sido cada vez mais difícil penetrarmos no espaço-tempo da musica e nos seus álbuns como nos velhos tempos.
Segue uma lista de Álbuns que, tanto tecnicamente quanto esteticamente, embalaram meu espirito no passado e que hoje se encontram tatuados em meu espirito... Para sempre:

Álbum:                                                   banda:

Closer                                                  Joy Division (álbum bem gravado. Isto em 1976, ano em que eu nasci e vim a conhecer e ser fã no fim dos anos 80. parece que foi feito ontem de tão bem gravado e esteticamente belo)

Mask                                                 Bauhaus

Bloood Sugar a Sex Magik              Red Hot Chilli Peppers  (naquela época, ainda parecia com canções de outras épocas)

Angel Dust                                      Faith No More (para mim o melhor trabalho da banda com Mike Patton cada vez melhor)

The Real Thing                                Faith No More

Arise                                                   Sepultura (Não precisava ser fã do estilo para reconhecer o quanto este álbum é tecnicamente excelente e que me fez ouvi-lo durante muito tempo)
Chaos A.D.                                         Sepultura (idem ao anterior)

Roots                                                  Sepultura (para mim a banda se superou ao trazer a musica indígena do nosso território brasileiro para os metais do estilo)

Schubert Dip                                       EMF

Stigma                                                  EMF

In Utero                                                Nirvana (Gosto do som garageiro e, sobretudo da tragédia que este álbum trouxe consigo. Pesquise e descubra sobre o que eu quero dizer Foi assim que me tornei fã dessa banda antes de me tornar fã do Joy Division).

Vulgar Display Of Power                  Pantera (na época, eu adorava este álbum tão bem gravado e com músicas inovadoras para época. Mas agora, com a babaquice de Phil Anselmo parece que o seu trabalho desintegrou-se tal qual como o quadro de Doryan Gray).

 Desintegration                                   The Cure  (Eu adorava ouvi-lo no dias de chuva)

First And Last And Always                 The Sister of Mercy


  Enfim São tantos outros que nem caberiam aqui nesta lista.             


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